Os sissitos e as origens da constituição espartana

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-4174.34.2025e72033

Palabras clave:

Sissitos, Esparta, Creta, Cosntituição, Refeições comunais

Resumen

Diante da antiga polêmica se a constituição espartana derivou ou não da constituição de Creta, este artigo examina o que as fontes antigas disseram sobre um dos destaques da constituição espartana: as refeições comunais realizadas nos sissitos, os clubes cívico-militares que funcionavam como uma segunda família para os cidadãos de Esparta. Os sissitos tiveram admiradores de peso como, por exemplo, Platão e Aristóteles; entretanto, o exame das fontes primárias, desde Heródoto, Platão e Xenofonte, até Políbio, Diodoro da Sicília e Estrabão, revela que, por causa das dificuldades políticas e econômicas que paulatinamente minaram a eficácia dos sissitos, houve um gradativo abandono da ideia de que a constituição espartana tinha origem celestial em favor da ideia de que era uma instituição secular cujo modelo podia ser encontrado nas refeições comunais outrora praticadas em Creta.

Biografía del autor/a

Milton Luiz Torres, Centro Universitário Adventista de São Paulo

Possui graduação em Letras (licenciatura em Inglês e Português) pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru (1988), graduação em Teologia pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia (2007), mestrado em Filologia Clássica pela University of Texas System (2001), mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (1995), doutorado em Arqueologia Clássica pela University of Texas System (2008), doutorado em Letras Clássicas pela USP - Universidade de São Paulo (2014) e pós-doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009). Atualmente é professor da pós-graduação do UNASP Centro Universitário Adventista de São Paulo e coordena o GEAN - Grupo de Estudo da Antiguidade. É avaliador "ad hoc" do Ministério da Educação (INEP/MEC) para Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de Cursos (Publicado no D.O.U - de 16 de Julho de 2018). Tem experiência na área de Educação, Letras, Tradutor e Intérprete, Arqueologia e Teologia, com ênfase na análise de tradições e textos do mundo bíblico, inclusive os canônicos, pseudepígrafos e apócrifos, com o emprego de metodologias arqueológicas, hermenêuticas, exegéticas, artísticas, literárias e linguísticas, atuando principalmente nos seguintes temas: línguas antigas e modernas, literatura antiga, tradução e interpretação, religião e arqueologia clássica e bíblica. Faz parte do corpo editorial da Editora Casulo e é tradutor freelancer para a Casa Publicadora Brasileira. Além disso, atua, na Europa, como examinador da International Baccalaureate Organization (IBO), uma instituição que é um dos líderes globais em educação internacional.

Citas

AMORÓS, A. A. González. La tradición en Platón. Revista Murciana de Antropología, n. 8, p. 9-192, 2002.

ARISTÓTELES. Política: edição bilíngue. Tradução e notas: António Campelo Amaral e Carlos de Carvalho Gomes. Vega: Vega Universidade, 1998.

ATHENAEUS. Deipnosophistae [O banquete dos sábios]. In: ATHENAEUS. The complete works. Translated by C. D. Yonge. Hastings, U.K.: Delphi, 2017.

CASILLAS, Juan Miguel; FORNIS, César. La comida en común espartana como mecanismo de diferenciación e integración social. Espacio, Tiempo y Forma, v. 2, n. 7, p. 65-83, 1994.

CORNELL, T. J. The beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars (c.1000-264 BC). London: Routledge, 1995.

DIODORO DE SICILIA. Biblioteca histórica: libros XV-XVIII. Traducción y notas: Juan José Torres Esbarranch y Juan Manuel Guzmán Hermida. Madrid: Gredos, 2012.

HAMMOND, N. G. L.; SCULLARD, H. H. The Oxford Classical dictionary. Oxford: Clarendon, 1970.

HENIGE, David. The chronology of the oral tradition: quest for a chimera. Oxford: Clarendon, 1974.

HENIGE, David. Historical evidence and argument. Madison: The University of Wisconsin Press, 2005.

HERÓDOTO. História. Tradução: Vítor de Azevedo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

HODKINSON, Stephen. Introduction. In: HODKINSON, Stephen; POWELL, Anton (Eds.). Sparta: new perspectives. Swansea: The Classical Press of Wales, 2009. p. ix-xxvi.

JACKSON, Michael; GRACE, Damian. Commensality, politics, and Plato. Gastronomica, v. 17, n. 2, p. 51-62, 2017.

JACKSON, Michael; GRACE, Damian. Dinner in utopia: why did Plato propose “amazing and frightening meals in common? Spaces of Utopia: An Electronic Journal, v. 2, n. 3, p. 9-26, 2014.

LIDDEL, H. G.; SCOTT, R. A Greek-English lexicon. Oxford: Clarendon, 1968.

LIPKA, Michael. Xenophon’s Spartan constitution: introduction, text, commentary. Berlin/New York: de Gruyter, 2012.

MAYHEW, Robert (Trad.). Aristophanes: Assembly of women. Amherst, NY: Prometheus, 1997.

POLYBIUS. The complete Histories of Polybius. Translated by W. R. Paton. S.l.: Digireads, 2010.

SINGOR, H. W. Admission to the syssitia in fifth-century Sparta. In: HODKINSON, Stephen; POWELL, Anton (Eds.). Sparta: new perspectives. Swansea: The Classical Press of Wales, 2009. p. 67-90.

STRATARIDAKI, Anna. Orphans at Cretan syssitia. Greek, Roman, and Byzantine Studies, n. 49, p. 335–342, 2009.

STRABO. Strabo’s Geography: a translation for the modern world. Translated by Sarah Pothecary. New Jersey: Princeton University Press, 2024.

STREETER, Franko B. Un análisis de los syssitia espartanos en Jenofonte y Plutarco. Byzantion Nea Hellas, n. 36, p. 13-23, 2017.

TORRES, Milton L. A impostura em Aristófanes. Orientadora: Adriane da Silva Duarte. 2014. 361 f. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) – Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, 2014.

WISEMAN, Timothy P. Roman Republic, Year One. Greece and Rome, n. 45, p. 19-26, 1998.

WISEMAN, Timothy P. Historiography and imagination: eight essays on Roman culture. Exeter: University of Exeter Press, 1994.

Publicado

2025-06-16

Cómo citar

Torres, M. L. (2025). Os sissitos e as origens da constituição espartana. Cordis: Revista Eletrônica De História Social Da Cidade, (34), e72033. https://doi.org/10.23925/2176-4174.34.2025e72033