Prometeu, coragem ou temeridade?
Uma análise histórico-literária sob a perspectiva aristotélica da ética das virtudes
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-4174.v1.2024e67057Palabras clave:
Ética das virtude, Aristóteles, Hesíodo, Prometeu, Análise histórico-literáriaResumen
O presente artigo propõe-se a analisar o mito de Prometeu, criado por Hesíodo no século VII a.C. e presente em obras como Teogonia e Trabalhos e Dias, sob a visão aristotélica da ética das virtudes, a fim de responder à questão: Prometeu era um homem temerário ou de fato corajoso? Para tanto, o trabalho calca-se na leitura da principal obra de Aristóteles sobre a ética, a saber Ética a Nicômaco, e nas obras supracitadas de Hesíodo, nas quais é possível perceber a figura emblemática do ladrão de fogo. Embora os dois autores estejam situados em espaços temporários diferentes, busca-se fazer uma análise comparando essas nuances de olhar entre períodos históricos distantes, considerando o recorte temático da ética, especificamente; assim, o trabalho se propõe a fazer uma aproximação entre os dois escritos. O artigo estrutura-se com uma introdução, por meio da qual são relembrados conceitos importantes acerca da literatura e de sua relevância para a formação das sociedades; e com três seções subsequentes, a primeira tratando dos conceitos de vícios e virtudes para Aristóteles; a segunda versando sobre uma dessas virtudes, a coragem, e procura expor os dois vícios a ela atrelados: a covardia e a temeridade; e a terceira seção que finalmente se propõe a responder à questão primordial: Prometeu, temerário ou corajoso? Espera-se com este trabalho ser possível suscitar reflexões sobre a ética das virtudes e como elas se apresentam na literatura e na vida concreta.
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