Exílio em Amsterdam

A comunidade judaica (1600–1700)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-4174.36.2025e72785

Palavras-chave:

Diáspora Judaica, Inquisição, Amsterdã, Sefarditas, Asquenaze

Resumo

Este artigo investiga a formação da comunidade judaica na cidade de Amsterdã, analisando as migrações de judeus e cristãos-novos sefarditas e judeus asquenaze, os fatores que levaram ao exílio em Amsterdã e como as primeiras comunidades judaicas foram formadas diante a um processo de adaptação e tolerância. Analisa-se como as primeiras comunidades foram estruturadas, considerando tanto as origens ibéricas dos sefarditas, que fugiam do Santo Ofício, quanto o fluxo de judeus asquenazes que fugiam dos pogroms e conflitos na região do Leste Europeu. A discussão destaca as complexidades presentes dentro dessa própria comunidade, evidenciando as tensões e estratégias criadas pelas congregações para lidar com as diferenças culturais, econômicas e religiosas entre os dois grupos. Além disso, o trabalho explora as diferentes contribuições comunitárias, culturais e intelectuais dessa comunidade para se adaptar a Amsterdã.

Biografia do Autor

Raquel Szafran de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Graduação em História na PUC-SP. Realiza mestrado em história na mesma instituição.

Ana Hutz, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (2002), graduação em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia, Adm. C. Contábeis e Atuariais PUC-SP (2002), mestrado em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (2008), doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (2014) e pós doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2017). Atualmente é professora do Departamento de História da PUC-SP.

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Publicado

2025-08-10

Como Citar

Oliveira, R. S. de ., & Hutz, A. (2025). Exílio em Amsterdam: A comunidade judaica (1600–1700). Cordis: Revista Eletrônica De História Social Da Cidade, (36), e72785. https://doi.org/10.23925/2176-4174.36.2025e72785