Terreno de memória, lugar de resistência

Reflexões sobre a memória em um estudo em Faro/Pará

Abstract

Este texto propõe uma reflexão sobre a memória como eixo central de uma pesquisa com mulheres no município de Faro, no Pará. A partir de uma entrevista com uma moradora local, discutimos como a abordagem da memória — influenciada pelo “senso comum erudito” de Pierre Bourdieu (2010) e pelos obstáculos da prática científica apontados por Gaston Bachelard (2005) — pode se tornar tautológica. Ao romper com esses pressupostos, buscamos evidenciar outras possibilidades analíticas, como a concretização da memória pela entrevistada e a leitura de seu entorno como um lugar de memória, segundo Pierre Nora (1993). Também refletimos sobre como sua narrativa pode operar como resistência e expressão de contra-colonizações, conforme Antônio Bispo dos Santos (2015). A pesquisa se baseia na metodologia da história oral, ancorada no campo da História, mas estabelece diálogos interdisciplinares para ampliar a compreensão sobre memória e prática científica.