O português colonial brasileiro: uma nova agenda de pesquisas entre o português clássico e o português brasileiro moderno
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460X202339253749Palabras clave:
Português Clássico, Brasil Colônia, Português Colonial Brasileiro, Português Brasileiro Moderno.Resumen
O objetivo deste artigo é apresentar elementos para a constituição de uma nova agenda de pesquisas em relação aos estudos sobre a formação do português brasileiro moderno durante o Brasil Colônia. Para isso, apresentaremos a hipótese de que, entre o português clássico - uma das línguas presentes no Brasil Colônia - e a constituição do português brasileiro moderno em sua vertente prestigiada, houve uma variedade linguística adquirida pelos brancos nascidos no Brasil aqui denominada de português colonial brasileiro. Exporemos indícios linguísticos e sócio-históricos que sugerem a validade dessa hipótese. Além disso, discutiremos algumas implicações teórico-metodológicas para o estudo dessa variedade a partir de um ponto de vista da sintaxe microcomparativa. Finalmente, proporemos algumas questões de pesquisa, centradas na possibilidade de identificação de traços conservadores e inovadores do português brasileiro moderno a partir do estudo do português colonial brasileiro.
Citas
Andrade, A. (2020a). Construções de tópico marcado no português brasileiro. Cuadernos de la ALFAL, 12(1), 100-125. http://www.mundoalfal.org/CDAnaisXVII/trabalhos/R0312-2.pdf (acesso em 06 de dezembro, 2021)
Andrade, A. (2020b). A gramática do português colonial brasileiro: uma agenda de pesquisas. [Apresentação no painel “Sociolinguística Histórica, tratamento de corpora e história do português brasileiro”] Abralin ao Vivo: Linguists Online, 07.12.2020. https://aovivo.abralin.org/lives/sociolinguistica-historica/ (acesso 06 de dezembro, 2021).
Argolo, W. (2016). As línguas gerais na história social-linguística do Brasil. Papia: Revista Brasileira de Estudos do Contato Linguístico, 26(1), 7-52. http://revistas.fflch.usp.br/papia/article/view/2571
Avelar, J., & Cyrino, S. (2008). Locativos preposicionados em posição de sujeito: uma possível contribuição das línguas bantu à sintaxe do português brasileiro. Linguística: Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, 3(1), 55-76.
Biberauer, T., & Roberts, I. (2015). Rethinking formal hierarchies: a proposed unification. Cambridge Occasional Papers in Linguistics, 7(1), 1-31.
Cardoso, L. (2020). A gramática dos pronomes clíticos no Brasil Colônia: o português clássico na história do português brasileiro. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Estadual de Feira de Santana. https://www.researchgate.net/profile/Lara-Cardoso-3
Ferlini, V. L. (2002). Pobres do Açúcar: Estruturas Produtivas e Relações de Poder no Nordeste Colonial. In T. Szmrecsányi (Ed.), História Econômica do Período Colonial (pp. 21-34). Hucitec.
Galves, C. (1998). Tópicos, Sujeitos, Pronomes e Concordância no Português Brasileiro. Cadernos de Estudos Linguísticos, 34(1), 7-21. https://doi.org/10.20396/cel.v34i0.8637048
Galves, C. (2007). A língua das caravelas: periodização do português europeu e origem do português brasileiro. In A. Castilho et al. (Eds.), Descrição, história e aquisição do português brasileiro (pp. 513-528). Pontes.
Galves, C., Andrade, A., Namiuti, C., & Paixão de Sousa, M. C. (no prelo). Classical Portuguese: Grammar and History, Oxford University Press.
Galves, C., Britto, H., & Paixão de Sousa, M. C. (2005). The change in clitic placement from Classical to Modern European Portuguese: Results from the Tycho Brahe Corpus. Journal Of Portuguese Linguistics, 4(1), 39-67. https://doi.org/10.5334/jpl.166
Galves, C., Ribeiro, I., & Torres Morais, Maria Aparecida. (2005) Syntax and morphology in the placement of clitics in European and Brazilian Portuguese. Journal Of Portuguese Linguistics 4(2), 143-177. https://doi.org/10.5334/jpl.162
Kayne, R. (2008). Some Notes on Comparative Syntax, with Special Reference to English and French. In G. Cinque, & R. Kayne (Eds.), The Oxford Handbook of Comparative Syntax (pp. 3-69), Oxford University Press.
Kayne, R. (2013). Comparative syntax. Lingua, 1(130), 132-151 http://doi.org/10.1016/j.lingua.2012.10.008
Kroch, A. (2001). Syntactic Change. In M. Baltin, & C. Collins (Eds.), The handbook of contemporary syntactic theory (pp. 699-729). Blackwell.
Lightfoot, D. (1991). How to set parameters: Arguments from language change. MIT Press.
Lopes, C., Marcotulio, L., Lucena, R., Oliveira, T., & Souza, C. (2017). A reorganização do sistema pronominal de 2ª pessoa na história do português brasileiro: outras relações gramaticais. In C. Lopes (Ed.), História do Português Brasileiro: Mudança sintática das classes de palavra: perspectiva funcionalista (pp. 142-185). Contexto.
Lucchesi, D., & Callou, D. (2020). Os cenários sociolinguísticos do Brasil Colonial. In D. Callou & T. Lobo (Eds.), História do Português Brasileiro: História social do português brasileiro - da história social à história linguística (pp. 156-181). Contexto.
Lucchesi, D. (2019). Por que a crioulização aconteceu no Caribe e não no Brasil? Condicionamentos sócio-históricos. Gragoatá, 24(1), 227-255. https://doi.org/10.22409/gragoata.2019n48a33628
Lucchesi, D. (1994). Variação e norma: elementos para uma caracterização sociolinguística do português do Brasil. Revista Internacional de Língua Portuguesa, 12(1), 17-28.
Lucchesi, D., Baxter, A., & Ribeiro, I. (Eds.) (2009). O português afro-brasileiro. Edufba.
Mattos e Silva, R. V. (1993). Linguística histórica: o estado da questão e reflexos sobre estudos históricos do português. Atas do IX Congresso da ALFAL, 2(1), 181-202.
Mattos e Silva, R. V. (2004). Ensaios para uma sócio-história do português brasileiro. Parábola.
Menezes, G. (2010). A colocação de clíticos nas orações coordenadas no Corpus Histórico do Português Tycho Brahe. Revista da Abralin, 9(1), 89-105. https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1050
Mothé, N. (2007). Variação e mudança aquém e além-mar: gerúndio versus infinitivo gerundivo no Português dos séculos XIX e XX. [Dissertação de mestrado]. Universidade Federal do Rio de Janeiro. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=99463 (acesso 6 de dezembro, 2021)
Mussa, A. (1991). O papel das línguas africanas na história do português do Brasil. [Dissertação de mestrado]. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Raminelli, R. (2016). Matias Vidal de Negreiros: mulato entre a norma reinol e as práticas ultramarinas. Varia Historia, 32(60), 699-730. https://doi.org/10.1590/0104-87752016000300006
Roberts, I. (2019a). Gramáticas “marginais” e mudanças sintáticas “extremas”: o inglês e o português brasileiro. In C. Galves, M. Kato, & I. Roberts (Eds.). Português brasileiro: uma segunda viagem diacrônica (pp. 23-57). Unicamp.
Roberts, I. (2019b). Parameter Hierarchies and Universal Grammar. Oxford University Press.
Tarallo, F. (1985). Relativization Strategies in Brazilian Portuguese [Tese de doutorado não publicada]. Universidade of Pennsylvania. https://repository.upenn.edu/dissertations/AAI8326337/ (acesso 6 de dezembro, 2021)
Tarallo, F. (1984). A Fênix finalmente renascida. Boletim da ABRALIN, 1(6), 95-103.
Teixeira da Silva, F. (1990). O Brasil Colônia. In M. Linhares (Ed.), História geral do Brasil (pp. 33-94). Campus.
Torres Morais, M. A., & Ribeiro, I. (2014). Possessivos de 3a pessoa: o português arcaico e o português brasileiro contemporâneo. Filologia e Linguística Portuguesa, 16(1), 15-51. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v16ispep15-51
Vitral, L. & Ramos, J. (1999). Gramaticalização de “você”: um processo de perda de informação semântica? Filologia e Lingüística Portuguesa, 3(1), 55-64. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v0i3p55-63