Motivações cognitivas e funcionais para neologismos verbais do português brasileiro: a construção “sextar” e outras instanciações análogas
The sextar construction and other analogous instantiations
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460X202440263594Palabras clave:
Construção, Neologismo, Verbo, Frame, SemânticaResumen
Este artigo investiga o neologismo “sextar” e outras construções análogas no português brasileiro, como “segundar”, “feriadar” e “dezembrar”. O objetivo deste estudo é compreender as motivações funcionais e cognitivas envolvidas na criação de construções lexicais desse tipo, utilizando-se uma forma verbal para expressar um conceito de objeto temporal, como “sexta-feira”. Partindo da perspectiva teórica da Gramática de Construções (Croft, 2022), nossa hipótese é a de que a criação das construções analisadas é motivada pela necessidade discursiva de se expressar ações realizadas durante tais objetos de tempo, conforme nossas experiências culturais. Para criar essas palavras, portanto, utiliza-se a estrutura da construção verbal (a morfologia verbal), conforme os objetivos comunicativos dos falantes. No texto, analisamos como a expressão ocorre através de uma estratégia morfossintática verbal com o sufixo -ar e seu paradigma regular, estrutura prototipicamente associada à expressão de ações. Propomos, assim, que esses verbos instanciam a construção [[X]OBJETO TEMPO -ar], que denota ações culturalmente vinculadas a um determinado objeto temporal, e o sentido de cada neologismo instanciado relaciona-se ao frame evocado desse objeto. e.g. “sextar” significa, resumidamente, algo como “celebrar o fim de semana” enquanto “segundar” significa “retornar às obrigações semanais”.
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