LIBRAS e tecnologia: práticas translíngues na produção de youtubers surdos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460x202359803Palavras-chave:
translinguagem; tecnologia; surdez; Libras.Resumo
As mudanças e inovações no campo das tecnologias digitais trouxeram novas formas de comunicação e aprendizagem, em especial para a comunidade surda brasileira. Ligações telefônicas com vídeo permitiram que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) fosse a língua de expressão dos surdos. Canais de vídeos disponíveis em diversas plataformas tornaram possível a divulgação de expressões artísticas, informações científicas e culturais. Este artigo visa discutir a relação entre inovações tecnológicas e práticas de linguagem dos surdos, tendo como referência as reflexões propostas pela ótica da translinguagem, pensada a partir de Canagarajah (2013, 2017), Li Wei (2011), García e Li Wei (2014), entre outros. Esta pesquisa, de cunho etnográfico, investiga a provável pluralidade linguística e semiótica presentes nos canais de dois youtubers surdos: a drag queen Kitana Dreams e o criador do canal Isflocos, Gabriel Isaac, que aborda assuntos como implante coclear, acessibilidade e direito linguístico. Ao final deste artigo, as análises apontam a existência de múltiplas práticas de língua(gens) nas produções de ambos os youtubers, o que colabora para o processo de desconstrução da imagem do Brasil como um país monolíngue.
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