Evasão nas etapas de reteste e acompanhamento da triagem auditiva neonatal específica no período da pandemia do COVID-19

Resumo

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) é um dos principais aliados na atenção integral à saúde auditiva infantil ao viabilizar o diagnóstico precoce de perda auditiva e possibilitar a intervenção em tempo oportuno. Com a pandemia pelo vírus SARS-CoV-2, o acesso à saúde em geral foi reduzido, o que agravou a questão da evasão da TAN, que já era uma preocupação. Objetivo: Verificar a taxa de evasão de bebês com indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) em um Serviço de Referência em TAN durante o período da pandemia da COVID-19. Métodos: A amostra foi composta por 565 prontuários de crianças com IRDA submetidas à Triagem Auditiva Neonatal Específica. Foi considerada evasão quando a criança não compareceu à consulta marcada, quando os contatos informados no prontuário não atenderam, quando os contatos não pertenciam aos responsáveis pela criança ou não existiam. Resultados: Foi evidenciada taxa de evasão na etapa de acompanhamento após o reteste maior que a presente em outro estudo prévio ao período da pandemia e alta taxa de evasão na etapa de acompanhamento em geral. Já no reteste, a taxa de evasão foi menor que a encontrada em outros estudos. A taxa de evasão na etapa de acompanhamento foi maior do que a do reteste. Conclusão: Evidencia-se a importância da análise dos dados da TAN durante o período da pandemia visto que o acesso à saúde, à informação e aos recursos econômicos foi reduzido. Neste caso, nota-se o aumento da taxa de evasão, durante o período estudado, principalmente na etapa de acompanhamento.