ENSINAR MATEMÁTICA À LUZ DE UMA PERSPECTIVA CRÍTICA: algumas reflexões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2358-4122.2019v6i3p180-198

Palavras-chave:

Ensino de Matemática, Educação Matemática Crítica, Ambientes de aprendizagem, Diálogo, Investigação, Crítica

Resumo

Este ensaio traz reflexões sobre possibilidades de ruptura com a perspectiva universalista presente no modelo tradicional de ensino, por meio da integração de elementos do contexto sociopolítico e cultural dos estudantes nas atividades matemáticas. Para tanto, apresentamos um exemplo de atividade para cada um dos seis ambientes de aprendizagem preconizados pela Educação Matemática Crítica, destacando o cenário para investigação como ambiente que favorece o diálogo e a investigação que, por sua vez, são elementos necessários para o desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes. Estes exemplos podem ajudar o professor a repensar suas escolhas didáticas, de modo a incorporar elementos do contexto sociopolítico e cultural nas aulas de matemática, como estratégia de ensino em uma perspectiva crítica.


 

Metrics

PDF views
553
Dec 31 '19Jan 01 '20Jan 04 '20Jan 07 '20Jan 10 '20Jan 13 '20Jan 16 '20Jan 19 '20Jan 22 '20Jan 25 '20Jan 28 '2032
| |

Biografia do Autor

Josias Pedro da Silva, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica

Doutorando em Educação Matemática e Tecnológica pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Mestre em Educação Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE/CAA. Graduado em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE/CAA. Participante do grupo de pesquisa "Ensino, Aprendizagem e Processos Educativos - GPENAPE". Atuou como Professor Formador no programa Escola da Terra na Universidade Federal de Pernambuco -UFPE/CAA na área de Linguagens Matemática e Educação do Campo. Atuou no Núcleo de Gestão da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE/CAA no curso de Administração, lecionando Estatística e Matemática aplicada à Administração. Coordenou a Pós-graduação lato sensu da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limoeiro - FACAL, tendo atuado na mesma instituição também como professor das disciplinas Estatística Aplicada à Administração, Estatística Aplicada à Educação, Trabalho de Conclusão de Curso II, Fundamentos de Matemática e Métodos Quantitativos. Atuou durante 4 anos como professor de Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Pesquisa nos seguintes temas: Educação Matemática e Educação do Campo; Educação de Jovens e Adultos; Educação Matemática Crítica.

Iranete Maria da Silva Lima, Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste.

Doutora em Matemática e Informática pela Université Joseph Fourier (Grenoble-FR), com pós-doutorado em Didática da Matemática pelo Institut Français de l'Éducation - École Normale Supérieure de Lyon e pós-doutorado em Educação, ênfase em Educação do Campo, pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Foi professora de matemática na rede pública estadual de ensino em Pernambuco. É professora associada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) atuando na Licenciatura em Pedagogia e no Mestrado em Educação Contemporânea (PPGEduC) do Centro Acadêmico do Agreste, e no Mestrado e Doutorado em Educação Matemática e Tecnológica (EDUMATEC) do Centro de Educação. Coordena o Núcleo de Pesquisa, Extensão e Formação em Educação do Campo (NUPEFEC/UFPE); representa a UFPE no Comitê de Educação do Campo de Pernambuco; integra a Comissão Executiva do Fórum Nacional de Educação do Campo (FONEC). É líder do Grupo de Pesquisa GPENAPE e pesquisadora dos Grupos Fenômenos Didáticos e GPEMCE da UFPE, e GEPERUAZ da UFPA. Pesquisa sobre a Didática da Matemática, a Educação Matemática Crítica e a Educação do Campo, com enfoque na formação de professores, decisões didáticas, recursos didáticos, concepções e conhecimentos mobilizados por professores e alunos sobre conceitos matemáticos estudados na educação básica.

Verônica Gitirana, Professora Associado IV do NFD/CAA/UFPE.

Atualmente como Professora associado IV da Universidade Federal de Pernambuco no CAA - Campus Acadêmico do Agreste, Pós-doutora (com Bolsa de Estágio Sénior da CAPES) junto ao IFÉ (Institute Français d?Éducation) da ENS-Lyon na França, em 2017-2018, pesquisando na área de recursos docente para o ensino da matemática, Verônica Gitirana concentra suas pesquisas no desenvolvimento, use e validação de recursos digitais para o ensino da matemática e formação dos professores, nesse contexto. Trabalha também com outros recursos, como Livro-didático, jogos matemáticos com materiais manipulativos. Coordenou, também, a avaliação em Matemática do Programa Nacional do Livro Didático de 2018, 2017, 2016. Bacharel e Mestre em Matemática pela UFPE, ela doutorou-se pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres em 1998, investigando o uso de softwares no ensino de Funções. Atualmente, pauta seus estudos na: abordagem documental do didático, orquestração instrumental, metaorquestração instrumental, orquestrações de formação, teoria dos campos conceituais e teoria dos esquemas, teoria histórico-cultural da atividade, CSCL e o registro de representação semiótica.

Referências

ALRØ, H.; SKOVSMOSE, O. Diálogo e aprendizagem em educação Matemática. Tradução de Orlando Figueiredo. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

CARRANZA, P.; SQRECCIA, N.; QUIJANO, T.; GOIN, M.; CHRESTIA, M. Ambientes de aprendizaje y proyectos escolares con la comunidad. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, vol. 10, n. 1, 2017.

CARVALHO, X.; SANTOS, A. S. Sistema de Tratamento de águas cinzas (Folder). Serta: Ibimirim, 2017.

CURY, H. As concepções de Matemática dos professores e suas formas de considerar os erros dos alunos. 1994. 276f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1994.

DURO, M. L.; BECKER, F. Análise Combinatória: do método aleatório à combinatória sistemática. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 3, p. 859-882, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/edreal/v40n3/2175-6236-edreal-41714.pdf. Acesso em out. 2019.

FREIRE, P. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

LIMA, I. M. S. Alfabetização Matemática na perspectiva da Educação do Campo. In: BORBA, Rute Elizabete de Souza Rosa; CRUZ, Magna do Carmo Silva. (Org.). Ciclo de Palestras - Volume 2. 1ªed. Recife - PE: Editora Universitária da UFPE, 2016, v. 2, p. 10-23.

LIMA, A. S. Educação do Campo e Educação Matemática: relações estabelecidas por camponeses e professores do agreste e sertão de Pernambuco. 2014. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Pernambuco. Caruaru, 2014.

______. A relação entre conteúdos matemáticos e o campesinato na formação de professores de matemática em cursos de licenciatura em educação do campo. 2018. 215f. Tese (Doutorado em Educação Matemática e Tecnológica). Programa de Pós-Graduação EDUMATEC, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

MIGUEL, A.; GARNICA, A. V.; IGLIORI, S. B. C.; D’AMBRÓSIO, U. A educação Matemática: breve histórico, ações implementadas e questões sobre sua disciplinarização. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 27, p. 70-93, 2004.

MORTATTI, M. R. L. Um Balanço Crítico da “Década da Alfabetização” no Brasil. Cad. Cedes, Campinas, v. 33, n. 89, p. 15-34, 2013. Disponível em:< http://www.scielo.br/ pdf/ccedes/v33n89/a02v33n89.pdf>. Acesso em: 09 out 2019.

PENTEADO, M. G.; SKOVSMOSE, O. Riscos trazem possibilidades. In: SKOVSMOSE, O. Desafios da reflexão em educação matemática crítica. Campinas: Papirus, 2008. p. 41-51.

QUARTIERI, M. T.; GIONGO, I. M. Matemática e Disciplinamento sobre os saberes escolares: uma análise de cadernos de alunos de uma escola rural do Rio Grande do Sul na década de 1940. Anais da 33ª Reunião Anual da Anped. Caxambu-MG, 2010. Disponível em: < http://33reuniao.anped.org.br/33encontro/app/webroot/files/file/ Trabalhos%20em%20PDF/GT19-6320--Int.pdf > Acesso em: 09 out. 2019.

SILVA, J. P. Ensino da função afim em escolas do campo: uma análise do ponto de vista dos alunos do primeiro ano do ensino médio. 2014. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso - Licenciatura em Matemática) – Universidade Federal de Pernambuco. Caruaru, 2014.

______. Ensino de função afim em turmas de Educação de Jovens e Adultos do Campo – EJA Campo Ensino Médio. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea do Centro Acadêmico. Caruaru – PE: Universidade Federal de Pernambuco, 2017.

SKOVSMOSE, O. Educação matemática Crítica: a questão da democracia. Campinas, Sp: papiros, 2001 (Coleção Perspectiva em Educação Matemática).

______. Desafios da Reflexão em Educação Matemática Crítica. Campinas, SP: Papirus, 2008.

______. Um convite à Educação Matemática Crítica. Tradução de Orlando de Andrade Figueiredo. Campinas, SP: Papirus, 2014.

VOLTOLINI, L.; KAIBER, C. T. Cenários para Investigação: ambientes de aprendizagem matemática na educação escolar indígena. Revista paranaense de Educação matemática – RPEM. v. 6, n. 12, p. 187-202, 2017. Disponível em:< http://www.fecilcam.br/ revista/index.php/rpem/article/viewFile/1597/pdf_239>. Acesso em: 08 out. 2019.

WANDERER, F. Educação matemática, Racismo e Inclusão Diferenciada: estudando uma escola rural do período da campanha de nacionalização. Anais da 31ª Reunião Anual da Anped. Caxambu-MG, 2008. Disponível em: <http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt19-4266-int.pdf > Acesso em: 09 out. 2019

Downloads

Publicado

2019-12-30

Como Citar

Silva, J. P. da, Lima, I. M. da S., & Gitirana, V. (2019). ENSINAR MATEMÁTICA À LUZ DE UMA PERSPECTIVA CRÍTICA: algumas reflexões. Ensino Da Matemática Em Debate, 6(3), 207–228. https://doi.org/10.23925/2358-4122.2019v6i3p180-198

Edição

Seção

Artigos