Pesquisa Colaborativa com Professoras que Ensinam Matemática
autonomia, aprendizagem e formação continuada
DOI:
https://doi.org/10.23925/2358-4122.2021v8i3p84-107Palavras-chave:
Práticas pedagógicas, Crianças, Formação continuada, Professores, MatemáticaResumo
Este artigo tem como objetivo analisar se a realização de atividades/tarefas propostas para o primeiro ano do ensino fundamental contribuiu para o aprimoramento da autonomia intelectual dos estudantes. Optamos por uma abordagem qualitativa, do tipo explicativa, para a investigação. Quanto aos procedimentos utilizamos a pesquisa de campo e a pesquisa na perspectiva colaborativa. Para a construção das informações, em sala de aula, trabalhamos com a observação participante e com o grupo focal. Empregamos a análise de conteúdo baseada em Bardin (2016) para a apreciação das respostas/relatos coletados pelo grupo focal. Os sujeitos da pesquisa foram três professoras do primeiro ano do ensino fundamental e os estudantes dessas turmas e o local, uma escola da rede pública de ensino do Distrito Federal. O artigo traz reflexões quanto à formação inicial de professores e à formação continuada do pedagogo que ensina Matemática. Discussões alusivas à prática das docentes foram feitas por meio da análise de atividades proposta em cada uma das três salas de aula. Os resultados revelaram que as práticas pedagógicas colaboraram, em grande medida, para o aprimoramento da autonomia intelectual das crianças; houve efeitos positivos da pesquisa na perspectiva colaborativa quanto à formação docente, no que se refere à prática pedagógica e à aprendizagem de conceitos matemáticos e, houve aprendizados de importantes conceitos matemáticos para os estudantes.
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