A construção do narrador em Inferno Provisório, de Luiz Ruffato: aderência programática ao Outro representado
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2019i22p23-39Palavras-chave:
Inferno Provisório, Luiz Ruffato, Narrador aderente, Linguagem popular, Estratificação social da línguaResumo
Composto por trinta e oito narrativas, o romance Inferno Provisório, de Luiz Ruffato, almeja a dedução formal da precariedade socioeconômica que o inspira. Essas histórias do proletariado brasileiro, que podem ser lidas de modo independente, também realizam um conjunto. Entre múltiplas personagens e suas vozes, e, com efeito, diante das muitas fraturas que constituem a consciência linguística de tais sujeitos ficcionais, identifica-se um narrador geral da obra, instância responsável pela orquestração do coro. Instrumento da intencionalidade autoral, esse narrador adere às variações linguísticas e discursivas daqueles que representa e fornece aos leitores do romance uma imagem da linguagem popular, responsável pelo que há de poeticamente produtivo em sua condução narrativa.