Ismália e O Arenque Fumado: a expansão de sentidos a partir da materialidade do livro
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2020i24p40-56Palavras-chave:
Suporte, Materialidade, Livro concertina, Design gráficoResumo
Partindo da leitura de dois poemas, a princípio não endereçados preferencialmente ao leitor infantil e juvenil – Ismália, de Alphonsus de Guimaraens, e O Arenque Fumado, de Charles Cros – o presente estudo almeja investigar como tais textos têm seus sentidos ampliados ao dialogarem com o projeto gráfico-editorial desenvolvido, respectivamente, por Odilon Moraes e André da Loba. Em outras palavras, objetiva-se evidenciar o papel assumido pelas ilustrações e design na (re)construção de sentidos suscitados pelos poemas impressos em livros concertinas, apontando para a relevância da materialidade do suporte na (re)leitura de tais textos literários. A discussão pauta-se nas considerações de Linden (2015) e Ramos (2019), no que se refere à materialidade do livro-objeto, e nas considerações de Ramos (2019) e Reynolds (2010) no tocante aos livros concertinas. A leitura das obras permite-nos observar a demanda por uma leitura multimodal – que considere a tríade texto-ilustração-design – nesse tipo de produção, uma vez que os sentidos sugeridos pelo texto literário são expandidos no diálogo estabelecido com as demais linguagens, exigindo, desta forma, um leitor mais participativo e capaz de compreender a obra em sua totalidade.