O momento do riso dos modernistas

acontecimento e estesia em O Homem Amarelo de Anita Malfatti

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2022i29p52-73

Palavras-chave:

A Semana de Arte Moderna de 1922, O Homem Amarelo, Semiótica figurativa e plástica, Semiótica tensiva, Acontecimento

Resumo

A pintura O Homem Amarelo, de Anita Malfatti, exibida na Exposição de Arte Moderna de 1917 e na Semana de Arte Moderna de 1922, arrancou risos descontrolados do escritor e modernista Mário de Andrade. Obra icônica do Modernismo brasileiro, a pintura é considerada divisora de águas nas artes plásticas, rompendo com o fazer-pictórico da época. Para tanto, pretendemos analisá-la à luz da semiótica plástica e figurativa (FLOCH, 1985; THURLEMANN, 1982-86; GREIMAS, 2004), observando também o sensível e o inteligível no fazer estético e examinando-a como ‘acontecimento’ de Zilberberg, levando em consideração a tensiva (ZILBERBERG, 2011; FONTANILLE, 2005). A principal conjectura é de que O Homem Amarelo, remodelando conceitos estético-culturais do fazer pictórico da doxa da época, forneceu à hexis corporal da Semana de Arte Moderna de 1922, de maneira estética e ética, efeitos de sentido de identidade e estilo.

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Biografia do Autor

Nayara Christina Herminia Carrijo, Unifran

Mestra em Linguística e doutoranda em Linguística pela Unifran.

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Publicado

2022-12-16

Como Citar

Herminia Carrijo, N. C. . (2022). O momento do riso dos modernistas: acontecimento e estesia em O Homem Amarelo de Anita Malfatti. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (29), 52–73. https://doi.org/10.23925/1983-4373.2022i29p52-73