Mínimos, múltiplos, incomuns

Os teatros em miniatura de Samuel Beckett e William Kentridge

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2023i30p6-26

Palavras-chave:

Samuel Beckett; William Kentridge; Literatura Comparada; Teatro; Artes visuais

Resumo

O artigo propõe uma análise de “Imagination morte imaginez” (1965), texto de ficção tardio de Samuel Beckett, e da videoinstalação Black Box / Chambre Noire (2005), do multiartista sul-africano William Kentridge. Compreendidos como dois teatros híbridos em miniatura, ambos se apresentam como manifestações de um amplo redimensionamento dos problemas dos meios artísticos e da especificidade dos diferentes campos das artes, operado e teorizado sobretudo a partir dos anos 1960. Assim, neste percurso entre a literatura e uma problemática teatral em sentido expandido, abordaremos modos de reagenciamento de meios artísticos herdados de diferentes modernismos, enfatizando, de um lado, manifestações artísticas marcadas por agenciamentos inventivos das escalas. E, de outro, por operações de sobredeterminação das relações entre as artes e entre os tempos e espaços culturais, sociais e históricos mobilizados por esses atos artísticos.

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Biografia do Autor

André Goldfeder, Universidade Estadual de Campinas

Universidade Estadual de Campinas - Unicamp; Instituto de Estudos da Linguagem; Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária – São Paulo – SP – Brasil – goldfeder.andre@gmail.com).

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Publicado

2023-07-13

Como Citar

Goldfeder, A. (2023). Mínimos, múltiplos, incomuns: Os teatros em miniatura de Samuel Beckett e William Kentridge. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (30). https://doi.org/10.23925/1983-4373.2023i30p6-26

Edição

Seção

Artigos