A vertigem dos contornos
a pintura e o poema em prosa de Charles Baudelaire
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i32p6-23Palavras-chave:
Delacroix, Poesia, O spleen de Paris, Modernidade, InfinitoResumo
Este artigo propõe uma associação entre o pensamento estético de Baudelaire e o advento dos poemas em prosa. O recorte recai sobre o período que vai do Salão de 1845 até o texto escrito e publicado em homenagem a Eugène Delacroix (1862), momento que coincide com a escrita e a publicação da maioria dos Pequenos poemas em prosa na imprensa. Procuro mostrar como o elogio da cor e das formas fugidias vai se intensificando ao longo desses textos, culminando nas discussões sobre a imaginação, o infinito e o esgarçamento das linhas. Essa atenção à vertigem dos contornos se verifica desde os primeiros comentários sobre a obra de Delacroix e se intensifica a partir do Salão de 1859, texto no qual Baudelaire comenta brevemente a pintura evanescente e rarefeita de Eugène Boudin, pintor que se tornou célebre pelas paisagens de céu, mar e praia, e pela grande habilidade de colorista.
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