A vertigem dos contornos

a pintura e o poema em prosa de Charles Baudelaire

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i32p6-23

Palavras-chave:

Baudelaire; Pintura; Infinito; Limites da poesia; Poema em prosa

Resumo

Este artigo propõe uma associação entre o pensamento estético de Baudelaire e o advento dos poemas em prosa. O recorte recai sobre o período que vai do Salão de 1845 até o texto escrito e publicado em homenagem a Eugène Delacroix (1862), momento que coincide com a escrita e a publicação da maioria dos Pequenos poemas em prosa na imprensa. Procuro mostrar como o elogio da cor e das formas fugidias vai se intensificando ao longo desses textos, culminando nas discussões sobre a imaginação, o infinito e o esgarçamento das linhas. Essa atenção à vertigem dos contornos se verifica desde os primeiros comentários sobre a obra de Delacroix e se intensifica a partir do Salão de 1859, texto no qual Baudelaire comenta brevemente a pintura evanescente e rarefeita de Eugène Boudin, pintor que se tornou célebre pelas paisagens de céu, mar e praia, e pela grande habilidade de colorista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Eduardo Horta Nassif Veras, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

Eduardo Veras é professor adjunto do Departamento de Estudos Literários da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM),membro permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários (PPGELIT) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e bolsista produtividade do CNPq.  É autor de O oratório poético de Alphonsus de Guimaraens (Relicário, 2016) e Baudelaire e os limites da poesia (Corsário-Satã, 2021). Organizou dois livros e diversos dossiês temáticos em parceria com outros pesquisadores do Brasil e da França em torno da poesia moderna. Tem artigos publicados no Brasil, na França e na Itália sobre poesia, com foco especial na obra de Charles Baudelaire. 

Referências

BAUDELAIRE, C. Correspondance. Texte établi, présenté et annoté par Claude Pichois avec la collaboration de Jean Ziegler. Paris : Gallimard, 1973. v. 2 (Coll. Bibliothèque de la Pléiade).

BAUDELAIRE, C. Œuvres complètes. Texte établi, présenté et annoté par Claude Pichois. Paris: Gallimard, 1975-1976. 2v. (Coll. Bibliothèque de la Pléiade).

BAUDELAIRE, C. Fusée, Mon cœur mis à nu et autres fragments posthumes. Édition d’André Guyaux. Paris: Gallimard, 2016.

BAUDELAIRE, C. Pequenos poemas em prosa: O Spleen de Paris. Tradução e notas Isadora Petry e Eduardo Veras. São Paulo: Via Leitura, 2018.

BAUDELAIRE, C. As flores do mal. Tradução e organização de Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

BAUDELAIRE, C. Prosa. Tradução, organização e introdução de Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2023.

BERNARD, E. Charles Baudelaire: crítico de arte e esteta. In: BAUDELAIRE, C. Prosa. Tradução, organização e introdução de Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2023. p. 971-999.

GUÉGAN, S. Entre réalisme et modernité, empathie et hérésie. In: L’Œil de Baudelaire – catalogue de l’exposition présentée au musée de la vie romantique, du 20 setembre 2016 au 29 janvier 2017. Paris: Paris Musées, 2016.

HIDDLESTON, J. A. Meryon, Boudin, Guys et Le Spleen de Paris. L’année Baudelaire, v. 11/12, 2007/2008. Paris: Honoré Champion, 2009.

LAFORGUE, P. Ut pictura poesis: Baudelaire, la peinture et le romantisme. Lyon: Presses Universitaires de Lyon, 2000.

MACHADO, A. Baudelaire entre Aube et Crépuscule. Paris: Éditions Lanore, 2009.

MAULPOIX, J-M. La poésie a mauvais genre. Paris: Éditions Corti, 2016.

VERAS, E. Baudelaire e os limites da poesia. São Paulo: Corsário-satã, 2021.

Downloads

Publicado

2024-07-09

Como Citar

Veras, E. H. N. (2024). A vertigem dos contornos : a pintura e o poema em prosa de Charles Baudelaire. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (32), 6–23. https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i32p6-23