Linguagem, comunicação e espetáculo, profanação e política: o léxico de Giorgio Agamben

Alan Barbosa Buchard; Daniel Arruda Nascimento

doi:10.23925/1983-4373.2024i33p216-234

Autores

Alan Barbosa Buchard Universidade Federal do Espírito Santo - UFES https://orcid.org/0000-0001-5189-1665
Daniel Arruda Nascimento Universidade Federal Fluminense - UFF https://orcid.org/0000-0001-9251-2457

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p216-234

Palavras-chave:

Ética, Filosofia Política Contemporânea, Filosofia da Linguagem, Experimentum linguae, Poder profanatório

Resumo

Intencionamos mobilizar, nas linhas que se seguem, os conceitos de linguagem, comunicação, espetáculo e profanação, tais como retidos pelo filosófico italiano Giorgio Agamben, especialmente na relação com a política e com as suas exigências. Além de fazer saltar do corpo da obra essas realidades conceituais para trazê-las ao debate, gostaríamos de mostrar como há uma implicação explícita entre esses conceitos no fundo contínuo do seu projeto filosófico. A tarefa da profanação, que se apresenta diante de nós em um mundo político supostamente secular e, ao mesmo tempo, experimentalmente religioso, não pode ser compreendida sem que se considere o que significa a linguagem. A partir de uma frequente exploração de fontes primárias e secundárias, esperamos correr nas imediações do experimentum linguae para nos aproximar do poder profanatório da linguagem humana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

No metrics found.

Biografia do Autor

Alan Barbosa Buchard, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense (2014), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense (2016), Doutorando em Filosofia pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo.

Daniel Arruda Nascimento, Universidade Federal Fluminense - UFF

Professor Associado da Universidade Federal Fluminense e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo. Bacharel em Direito pela Universidade Federal Fluminense (2000), Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007) e Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2010), tendo realizado parte do período junto à Università IUAV di Venezia (Itália), sob a orientação do professor Giorgio Agamben, com recursos da FAEPEX/UNICAMP. Pós-Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (2018). Pós-Doutorado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (2023).

Referências

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

AGAMBEN, G. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, G. A linguagem e a morte: um seminário sobre o lugar da negatividade. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2008.

AGAMBEN, G. O sacramento da linguagem: arqueologia do juramento. Trad. Selvino José Assmann. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011a.

AGAMBEN, G. O reino e a glória: uma genealogia teológica da economia e do governo. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2011b.

AGAMBEN, G. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

AGAMBEN, G. O tempo que resta: um comentário à Carta aos Romanos. Trad. Davi Pessoa e Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

AGAMBEN, G. A comunidade que vem. Trad. Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017a.

AGAMBEN, G. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Trad. António Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017b.

AGAMBEN, G. Meios sem fim: notas sobre a política. Trad. Davi Pessoa Carneiro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017c.

AGAMBEN, G. Profanações. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017d.

AGAMBEN, G. O uso dos corpos. Trad. Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017e.

AGAMBEN, G. Fogo e relato: ensaios sobre criação, escrita, arte e livros. Trad. Andrea Santurbano e Patricia Peterle. São Paulo: Boitempo, 2018.

BENJAMIN, W. Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921). Trad. Susana Kampff. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2013.

BENJAMIN, W. O capitalismo como religião. Trad. Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2013.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.

DOUSSAN, J. Time, language and visuality in Agamben’s philosophy. New York: Palgrave and Macmillan, 2013.

DURANTAYE, L. Giorgio Agamben: a critical introduction. Stanford: Stanford University Press, 2009.

HILL, A. (org.). Aspectos da linguística moderna. Trad. Adair Pimentel Palácio, Maria do Amparo B. de Azevedo e Maria Antonieta A. Celani. São Paulo: Cultrix, 1972.

KOTSKO, A.; SALZANI, C. Agamben’s philosophical lineage. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2017.

MORAN, B.; SALZANI, C. (org.). Towards the critique of violence: Walter Benjamin and Giorgio Agamben. London/New York: Bloombury Academic Publishing, 2015.

MURRAY, A; WHYTE, J. (org.). The Agamben Dictionary. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2011.

SALZANI, C. Introduzione a Giorgio Agamben. Genova: Il melangolo, 2013.

WATKIN, W. Agamben and Indifference: a critical overview. London: Rowman & Littlefield International, 2014.