A literatura pula o muro
a fronteira como chave de análise do romance Sombras de Reis Barbudos, de José J. Veiga
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2025i35p234-255Palavras-chave:
Espaço, Fronteira, Dialogia, Intertextualidade, José J. VeigaResumo
O presente artigo busca analisar como as fronteiras são trabalhadas alegoricamente no romance Sombras de Reis Barbudos, de José J. Veiga (2017), tendo em perspectiva uma análise interdisciplinar que traga os elementos que existem na narrativa e que denotam esse espaço de trocas e conexões. Para tanto, vamos trabalhar dois conceitos principais, quais sejam, o de dialogia (Bakhtin, 1993, 2011) e o de intertextualidade (Kristeva, 2005), em interface com outras contribuições de áreas conexas, como a filosofia, a geografia, a narrativa e o imaginário. Nossa proposta visa compreender como as zonas limítrofes são proeminentemente importantes no trabalho de Veiga e suas construções simbólicas, quando cria uma história distópica na qual o isolamento é uma ferramenta de manutenção do poder. Em sua literatura, pode-se identificar essa ênfase quase como uma denúncia, retrabalhando a realidade num mundo no qual se efetiva o absurdo, a violência e a exclusão.
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