Alteridade e liminaridade na Comédia de Dante: epifanias literárias entre Inferno, Purgatório e Paraíso
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2019i22p131-150Palabras clave:
Dante, Divina Comédia, Alteridade, Liminaridade, EpifaniaResumen
Este estudo estabelece relações dialógicas entre os três volumes/espaços definidos pela Divina Comédia de Dante e pela tradição cristã. Apresentamos relações epifânicas entre as três camadas tanatográficas percorridas pelo autor do século XIV: Inferno, Purgatório e Paraíso. A partir das noções de catábase (descida mágica e transformadora aos infernos, conforme Eudoro de Sousa), liminaridade (condição liminar, limite, entre-lugar, a partir de Victor Turner) e anábase (retorno espetacular do inferno que engendra sabedoria também conforme Sousa), engendramos mirada pela tanatografia (escrita de morte) em Dante a fim de perscrutar o logos dialógico (no esteio de Bakhtin) que se desdobra no imenso universo autoral constituído pela tradição dos diálogos dos mortos. A Divina Comédia, como a entendemos, figura uma profunda catábase em relação ao eu-autoral: epifania do literário às portas da modernidade no Ocidente.