Entrelaçamentos entre o insólito, o absurdo e o social em contos murilianos
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2025i35p61-83Palabras clave:
Murilo Rubião, Fantástico, Contos, Pós-colonialidade, Crítica socialResumen
Este trabalho propõe releituras de contos de Murilo Rubião (“A Diáspora”, “Botão-de-Rosa”, “O edifício” e “A fila”) à luz dos estudos culturais e pós-coloniais. Apesar do novo e merecido fôlego que pesquisas sobre sua obra revelam, predominam reflexões sobre as estruturas narrativas e discursivas relacionadas ao insólito e ao absurdo. A matéria social, quando analisada, muitas vezes aparece secundariamente e sem um escopo teórico que de fato demonstre sua relevância para a construção textual. Nesse sentido, valemo-nos de teóricos como Hall, Bhabha, Escosteguy e Bosi para refletir sobre as dimensões de articulação dos contos com possíveis leituras pós-coloniais e relações entre cultura e sociedade em construções discursivas que só são possíveis a partir das heranças coloniais e do sistema de mundo que as reproduz. Concluímos que esse viés teórico joga luz sobre aspectos menos comentados pela fortuna crítica do autor, à qual buscamos acrescentar algumas notas.
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