Distração: atitude heroica diante da metrópole
Palavras-chave:
Poesia contemporânea, Distração, Filosofia da arte, Partilha do sensível, Forma internaResumo
A propósito da distração como ethos heroico na modernidade, analiso: as mudanças perceptivas ocasionadas pelo avanço das forças produtivas no capitalismo; e a consequente captação dessa mudança por 4 poetas contemporâneos, a saber, Liv Lagerblad, Heyk Pimenta, Alberto Pucheu e Eucanaã Ferraz. Cada um destes poetas traz a distração não tanto como tema de seus poemas, mas sim como aquilo que Walter Benjamin classificou como forma interna. Em todos os casos, a distração aparece como força poética diante do perigo de aniquilamento nas grandes cidades. Essa reflexão serve de base para outra, ainda, a propósito da relação dos modos de fazer poéticos com a política, pensando com Jacques Rancière a sua tomada de posição na “partilha do sensível”. Por fim, uma retomada de Baudelaire, mestre da distração, se configura como inevitável.