Violência e masculinidades na poesia de Ricardo Aleixo
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2025i34p200-217Palavras-chave:
Racismo, Gênero, Estudos Decoloniais, Homem, NegroResumo
Este texto discute a construção das masculinidades no Ocidente. Na primeira parte, apresento uma discussão proposta por Pedro Ambra, na obra O que é um homem? Psicanálise e história da masculinidade no Ocidente (2015). O argumento do autor dá lastro para problematizar os esquemas culturais, as condições e as possibilidades históricas que permitiram que acontecesse a dominação masculina, de um lado, e a submissão das mulheres, de outro. Na segunda parte, analiso o poema “Meu negro” (2018), de Ricardo Aleixo, para questionar como o racismo afeta a construção da masculinidade negra. Assim, busco, aqui, investigar tensões, contradições, limites e possibilidades da formação do(s) sujeito(s) homem(s) negro(s). Trata-se de um estudo bibliográfico a partir da psicanálise, dos estudos de gênero e dos estudos decoloniais. Os resultados do trabalho sugerem que as estruturas de dominação masculina estão balizadas em símbolos e legitimadas pelas instituições escolar, religiosa, familiar, militar etc.
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