No pique dos limeriques
a poética nonsense na literatura infantil brasileira
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2025i35p322-341Palavras-chave:
Literatura fantástica, Poesia insólita, Tatiana Belinky, Viviane Veiga Távora, Alexandre de Castro GomesResumo
Este artigo tem como objetivo investigar a produção contemporânea de limeriques na literatura infantil brasileira, analisando suas temáticas, composições narrativas e recursos estilísticos. A perspectiva de análise se fundamenta na literatura nonsense e na intersecção com a literatura infantil, com base nas obras de Tatiana Belinky, Viviane Veiga Távora e Alexandre de Castro Gomes. A fundamentação teórica apoia-se em estudos de Cunha (2017) e Thomaz (2012) sobre o fantástico, e de Tigges (1987) e Granato (2015) sobre o nonsense literário, que ajudam a contextualizar o gênero e suas características. A pesquisa revela que os limeriques brasileiros mantêm a estrutura rítmica e métrica do formato original, utilizando humor e jogos de palavras para abordar temas do cotidiano de forma lúdica e fantasiosa. A conclusão aponta que, apesar da liberdade criativa, as obras analisadas preservam um “nonsense ensolarado”, caracterizado por uma abordagem leve e divertida, sem elementos de horror ou monstruosidade.
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