Quando a política se torna inevitável: da arte-em-comunidade à arte-em-comum

Autores

  • Pascal Gielen Univesiteit Antwerpen. Antuérpia.
  • Hanka Otte Univesiteit Antwerpen. Antuérpia.

Palavras-chave:

arte-em-comunidade, arte-em-comum, política cultural, política da cultura.

Resumo

Neste artigo, duas mudanças paralelas são apontadas e sinalizadas. A primeira é a transição da arte-em-comunidade para a assim chamada arte-em-comum; a segunda é a transição da política cultural para a política da cultura. Enquanto a arte-em-comunidade, desde os anos 1990, era regulada, legitimada e, algumas vezes, altamente estimulada pelas políticas culturais oficiais de diversos países europeus, a arte-em-comum – que começou a crescer depois da crise financeira iniciada no final de 2007 – na maioria das vezes não contava com tais intervenções. A primeira é subsidiada pelos governos, pois “compensa” as lacunas estruturais do bem-estar social e, particularmente, se concentra sobre a melhoria social, a coesão e a resiliência. Grandes ativistas e o caráter político radical da última fazem com que a arte-em-comum precise se organizar frequentemente em uma dimensão civil não regulada, que fica entre o mercado e o Estado. Neste artigo, os autores analisam as características da tendência de busca de uma arte-em-comum e articulam a hipótese sobre qual tipo de política serviria de apoio para a ascensão dessa práxis artística. 

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Biografia do Autor

Pascal Gielen, Univesiteit Antwerpen. Antuérpia.

Pascal Gielen é professor de sociologia cultural no Antwerp Research Institute for the Arts (ARIA). Em 2016, recebeu o Odysseus Grant of the Flemish Scientific Fund por sua excelente pesquisa internacional. Com essa subvenção, criou o grupo interdisciplinar Culture Commons Quest Office, cuja pesquisa é voltada às condições de sustentabilidade de trabalhos criativos em diferentes contextos urbanos. Gielen também é editor chefe da série internacional de livros Arts in Society.

Hanka Otte, Univesiteit Antwerpen. Antuérpia.

Hanka Otte é pesquisadora de pós-doutorado no Culture Commons Quest Office (Antwerp Research Institute for the Arts – ARIA). Tal grupo de pesquisa tem pensado como os trabalhos criativos podem contribuir com o ambiente urbano e o que tem sido chamado de “commons”, bem como a emergência de biótopos criativos. A autora tem como foco a análise desses biótopos, pensando no modo como eles têm se mantido de forma sustentável através das políticas das cidades. Sua pesquisa de doutorado foi acerca da relação entre a participação artística e a coesão social. Defendeu sua tese sob o título de “Binding or Bridging, on the relation between arts, cultural policy and social cohesion” [Ligar ou abrir caminhos, sobre a relação entre artes, política cultural e coesão social], e

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Publicado

2019-02-23

Edição

Seção

Artigos | Articles