A história da lã: da domesticação à atualidade

Autores

  • Virgínia Santos Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real
  • Ângela Martins Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real
  • Mário Silvestre Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real
  • Severiano Silva Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real
  • Jorge Azevedo Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real

DOI:

https://doi.org/10.23925/2178-2911.2019v20espp65-76

Resumo

Resumo

A produção de lã foi durante muitos anos, em Portugal e em várias regiões do mundo, uma das principais razões da exploração ovina. Esta situação foi alterada com o aparecimento das fibras sintéticas. A produção de carne ou de leite tornaram-se então as principais aptidões económicas destes animais. De qualquer forma, sendo absolutamente necessário tosquiar anualmente os ovinos, a lã pode proporcionar um rendimento extra, principalmente nos ovinos com velo de qualidade superior. Portugal apresenta 16 raças autóctones de ovinos que se enquadram em três grandes grupos étnicos, Merino, Bordaleiro e Churro, de acordo com as suas características morfológicas externas e aptidões. Cada um destes grupos étnicos apresenta tipos de velos com características têxteis diferentes. É assumido que as raças de etnia churra proporcionam lã considerada de má qualidade, caracterizada por ser lisa e de toque áspero. Em contrapartida as raças do grupo étnico Merino são consideradas como produtoras de lã de qualidade, caracterizada por ser macia ao tato e apresentar fibras muito onduladas. As características corporais e têxteis que os ovinos apresentam relacionam-se não só com fatores genéticos, mas também com as condições do meio ambiente onde vivem. Pretende-se com este trabalho contribuir para o conhecimento da origem da lã e perceber a diferenciação das raças ovinas autóctones nos três grupos étnicos existentes em Portugal.

Palavras-chave: lã, velo, merino Abstract

Wool production has been for many years, in Portugal and in several regions of the world, one of the main reasons for sheep production. This situation changed with the appearance of synthetic fibres. The production of meat or milk has thus become the primary economic aptitude of these animals. In any case, since it is necessary to shear the sheep annually, wool can provide extra yield, especially in sheep with a fleece of superior quality. Portugal presents 16 autochthonous sheep breeds that fall into three large ethnic groups, Merino, Bordaleiro and Churro, according to their external morphological characteristics and aptitudes. Each of these ethnic groups has different types of veils with different textile characteristics. It is assumed that breeds of Churra ethnic group provide wool considered of poor quality, characterised by being smooth and rough touch. In contrast, the breeds of the Merino ethnic group are considered to be producers of quality wool, characterised by being soft to the touch and presenting very undulating fibres. The physical and textile characteristics that sheep present relate not only to genetic factors but also to the conditions of the environment in which they live. This work intends to contribute to the knowledge of the origin of wool and to understand the differentiation of native sheep breeds in the three ethnic groups that exist in Portugal.

Keywords: wool, fleece, merino

Biografia do Autor

Severiano Silva, Centro de Ciência Animal e Veterinária (CECAV) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real

 

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Publicado

2019-12-29

Edição

Seção

Suplemento