Adaptação Biológica e a Evolução dos Seres Vivos na Antiguidade: a formação de professores
DOI:
https://doi.org/10.23925/2178-2911.2022v25p2-18Resumo
Este trabalho trata da historicidade dos elementos presentes nas explicações filosóficas da Antiguidade, que contribuíram para a elaboração do conceito atual de adaptação biológica. Para tanto, nos aprofundamos no movimento de busca por explicações emancipadas de influências místicas e religiosas a partir do período da filosofia pré-socrática. Feitos os recortes históricos e as escolhas epistemológicas para subsidiar a discussão, trazemos a essência do pensamento acerca da forma dos organismos – que a princípio pressupunha aptidões à sua sobrevivência e reprodução – de filósofos reconhecidamente importantes para o período. Destacamos, especialmente, a crença em uma causa única para os fenômenos naturais defendia pelos jônios (séc. XVII a V a.C.); a influência das necessidades de sobrevivência na adaptação dos seres vivos discutida por Thales de Mileto (625-546 a.C.); a causa da organização da vida e a possibilidade de transformação de uma espécie em outra apontadas por Anaximandro (610-546 a.C.); a existência de uma inteligência universal que direciona a transformação dos seres vivos presente nos tratados de Heráclito (500-450 a.C.); as explicações para a constituição da matéria de Demócrito (460-370 a.C.); a influência do acaso na organização aleatória das características morfológicas dos seres vivos apresentada por Empédocles (495-430 a.C.); e, por fim, a cosmogonia de Aristóteles (384-322 a.C.) em defesa de uma força imanente responsável pela transformação dos seres vivos. Esperamos, com isso, trazer aos professores de ciências/biologia em formação, e àqueles que já atuam em sua prática docente, contribuições que desvelem aspectos relacionados à construção de conceitos fundamentais para a teoria da evolução das espécies, uma vez que esta se constitui como uma das teorias que fundamentam a Biologia enquanto ciência independente no campo das ciências da natureza.