Abordagem psicossocial das remoções urbanas: uma análise a partir do caso Tabor
DOI:
https://doi.org/10.23925/ls.v25i46.54219Keywords:
Remoções Urbanas, Rio Aricanduva, Pesquisa-Ação Participante, Psicologia Social.Abstract
Partindo da aproximação da Psicologia Social com o campo dos estudos urbanos, essa pesquisa buscou compreender a dimensão subjetiva de um processo de remoção urbana na Zona Leste de São Paulo. Essa ação envolveu o reassentamento de cerca de 900 famílias que viviam às margens do rio Aricanduva, sob o pretexto de retirá-las de uma área com riscos causados por enchentes. A partir de uma pesquisa-ação participante que envolveu trabalho de campo, constatou-se que o processo de remoção, mesmo extinguindo os danos de alagamentos, criou outras fontes de risco, como questões de subsistência e de permanência no novo conjunto habitacional. A condução do projeto não envolveu a participação efetiva da comunidade do Tabor em sua formulação e implementação e, ao não considerar elementos da realidade social do território e de seus moradores, promoveu rupturas e gerou formas de desgaste e sofrimento.
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