Antonieta de Barros e a educação como estratégia antirracista
DOI:
https://doi.org/10.23925/ls.v26i49.62431Palabras clave:
Antonieta de Barros; Educação; antirracismo; emancipação feminina.Resumen
Este artigo visa introduzir os/as leitores/as à vida e obra da intelectual negra Antonieta de Barros, também conhecida pelo pseudônimo “Maria da Ilha”. Nascida em Santa Catarina foi jornalista, educadora e uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil, sendo a primeira mulher negra a assumir um mandato popular. Dedicou sua vida à defesa da emancipação feminina e da educação, promovendo a alfabetização de adultos pobres. Desafiou todos os padrões de um estado racista, misógino e conservador no início do século XX, sofrendo fortes retaliações por ousar ocupar espaços até então negados à população negra, especialmente às mulheres. Escreveu o projeto de lei que instituiu o Dia do Professor em Santa Catarina, oficializado 20 anos mais tarde em todo o país. Recentemente, têm sido essenciais as pesquisas que buscam resgatar as contribuições e o legado de Antonieta, que também defendia a difusão da cultura negra em seu estado natal e no Brasil.
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