Psicanálise Winnicottiana e Educação Sexual

uma abordagem integrativa à experiência humana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2175-3520.2025i58p48-59

Palavras-chave:

Educação sexual, Psicanálise, Sexualidade, Educação, Winnicott

Resumo

Este artigo tem como propósito introduzir o pensamento winnicottino acerca de um campo específico em seus trabalhos: a educação sexual nas escolas. Para isso, tomamos como material principal de estudo seu texto “Educação sexual nas escolas”. O texto fomenta aspectos chaves que podem promover uma reflexão psicanalítica contemporânea relevante acerca da educação sexual ao discutir temas como (1) A Educação sexual para Winnicott; (2) Educação sexual a partir da experiência emocional; (3) A difícil tarefa da educação sexual e (4) A relação psicossomática: compreendendo e vivendo a sexualidade. De modo geral, Winnicott concebe a educação sexual nas escolas como uma oportunidade para contemplar a sexualidade a partir da experiência emocional e cultural. A partir disso, a educação sexual torna-se um meio para envolver e explorar a relação do si-mesmo com seu próprio corpo e os outros (corpos), constituindo uma forma de relação interpessoal fundamental de ser no mundo por meio da sexualidade. Essa compreensão oferece uma base sólida para uma abordagem mais holística e integrada da educação sexual, destacando sua importância na formação integral dos indivíduos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

João Paulo Zerbinati, Universidade de São Paulo

Doutorando em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; Mestre em Educação Sexual pela Faculdade de Ciências e Letras, campus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista; Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Reinaldo Furlan, Universidade de São Paulo

Professor livre-docente da Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Psicologia; Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas; Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos; Graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Referências

Aires, D. C. (2021). Educação sexual: um direito humano. Leis vigentes na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Revista de la Facultad de Derecho, 50, p. e20215016. Recuperado de: https://doi.org/10.22187/rfd2021n50a16.

Blankenheim, T., Ramos, N. F., Pizzinato, A., & Costa, A.B. (2021). Intervenções educativas para aprendizagem acerca de sexualidade e gênero no Brasil: uma revisão de escopo. Psicologia da Educação, 53, 66-75, 2021. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.23925/2175-3520.2021i53p66-75.

Bonaminio, V. (2011). Nas margens de mundos infinitos... A presença do analista no espaço transicional em uma perspectiva contemporânea do pensamento de Winnicott. Rio de Janeiro: Imago.

Bonfim, H. C. C., & Guimarães, O. M. (2023). Direitos humanos e formação de docentes de ciências em periódicos nacionais. Ensaio Pesquisa Em Educação Em Ciências, 25, e35107, 2023. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1983-21172022240132.

Bruns, M. A. T., Grassi, M. V. F. C., & França, C. (1995). Educação sexual numa visão mais abrangente. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 6(1), 60-66. Recuperado de: https://doi.org/10.35919/rbsh.v6i1.798

Chauí, M. (1984). Repressão sexual: essa nossa (des)conhecida. São Paulo: Brasiliense.

Dias, E. O. (2017). A teoria do amadurecimento de D.W. Winnicott. 4a. Ed. São Paulo: DWWeditorial.

Dors, L. K. (2019). Merleau-Ponty e Winnicott: intersubjetividade e psicanálise infantil. Porto Alegre: Editora Fi.

Freud, S. (1905/2016). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: S. Freud, Obras completas volume 6: Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentada de uma histeria (“O caso Dora”) e outros textos (1901-1905) (pp.13-172). São Paulo: Companhia das Letras.

Freud, S. (1930/2010). O mal-estar na civilização. In: S. Freud, Obras completas, volume 18: O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (1930-1936) (pp.13-354). São Paulo: Companhia das Letras.

Fulgencio, L. (2016). Por que Winnicott? São Paulo: Zagodoni.

Furlanetto, M. F., Lauermann, F., Costa, C. B., & Marin, A. H. (2018). Educação sexual em escolas brasileiras: revisão sistemática da literatura. Cadernos de Pesquisa, 48(168), 550-571. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/198053145084

Honneth, A. (1949/2009). Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34.

Kloppenberg, B. (2016). The Psychoanalytic Mode of Thought and its Application To the Non-Normative Analysis of Sexuality and Gender. Journal of the American Psychoanalytic Association, 64 (1), 133–159. Recuperado de: https://doi.org/10.1177/0003065115625304

Leão, A. M. C., Ribeiro, P. R. M., & Bedin, R. C. (2010). Sexualidade e orientação sexual na escola em foco: algumas reflexões sobre a formação de professores. Revista Linhas, 11(01), 36 - 52. Recuperado de: https://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/2015

Loparic, Z. (2008). O paradigma winnicottiano e o futuro da psicanálise. Revista Brasileira de Psicanálise, 42(1), 137-150. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2008000100014&lng=pt&tlng=pt

Merleau-Ponty, M. (1945/1994). Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes.

Merleau-Ponty, M. (2001). Remarques sur l’usage des données psychanalytiques, In : M. Merleau-Ponty. Psychologie et pédagogie de l’enfant – Cours de Sorbonne, 1949-1952 (pp. 328-340). Lagrasse (França): Verdier.

-340tiques, in serxuaento cada serque deve acompanhar o desenvolvimento do pr

Molina, A. M. R., & Santos, W. B. (2018). Educação Sexual e currículo de ciências/biologia: desafios à prática docente. Revista Ibero-Americana De Estudos Em Educação, 13(4), 1149–1163. Recuperado de: https://doi.org/10.21723/riaee.v13.n3.2018.9530

Ogden, T. H. (2019). Ontological Psychoanalysis or “What Do You Want to Be When You Grow Up?” The Psychoanalytic Quarterly, 88(40), 661-684. Recuperado de: https://doi.org/10.1080/00332828.2019.1656928.

Ribeiro, P. R. C, Souza, N. G. S, & Souza, D. O. (2004). Sexualidade na sala de aula: pedagogias escolares de professoras das séries iniciais do ensino fundamental. Revista Estudos Feministas, 12(1):109-29. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2004000100006

Ribeiro, P. R. M. (1990). Educação Sexual - além da informação. São Paulo: EPU.

Shibuya, F., Estrada, C. A., Sari, D. P., Takeuchi, R., Sasaki, H., Warnaini, C., Kawamitsu, S., Kadriyan, H., & Kobayashi, J. (2023). Teachers’ conflicts in implementing comprehensive sexuality education: a qualitative systematic review and meta-synthesis. Trop Med Health, 51(18). Recuperado de: https://doi.org/10.1186/s41182-023-00508-w

Silva, C. R. (2020). O conhecimento sobre sexualidade – por uma gnosiologia (teoria do conhecimento) em educação sexual: algumas indagações. DOXA: Revista Brasileira De Psicologia E Educação, 22(1), 66–82. Recuperado de: https://doi.org/10.30715/doxa.v22i1.13598

Silva, G. R. de A. da, Barcelos, T. F., & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2022). Lutando para Existir: Experiência Vivida e Sofrimento Social de Pessoas Transgêneras. Revista Subjetividades, 22(2), e12240. Recuperado de: https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e12240

Souza, T. R., Pedroza, R. L. S., & Maciel, M.R. (2022). Psicanálise e educação: crianças e educadores brincando com palavras. Psicologia da Educação, 55, 21-29. https://doi.org/10.23925/2175-3520.2022i55p21-29

UNESCO. (2014). Orientações técnicas de educação em sexualidade para o cenário brasileiro: tópicos e objetivos de aprendizagem. Brasília: UNESCO. Recuperado de: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000227762

Vasconcelos, G. A. B. L., Gonçalves, E. A., Almeida, I. C. P., & Souza, P. V. T. (2019). Orientação sexual e o processo de inclusão na formação de professores. Debates Em Educação, 11(24), 125–144. Recuperado de: https://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/5560

Winnicott, D. W. (1947/2019). A criança e o sexo. In: D. W. Winnicott. A criança e seu mundo (pp.166-182). Rio de Janeiro: LTC.

Winnicott, D. W. (1949). Sex education in Schools. In: L. Caldwell, & H. T. Robinson (eds.). The Collected Works of D. W. Winnicott: Volume 3, 1946-1951 (pp.323-326). New York: Oxford Academic. Recuperado de: https://doi.org/10.1093/med:psych/9780190271350.003.0062.

Winnicott, D. W. (1949/2019). Educação Sexual nas escolas. In: D. W. Winnicott. A criança e seu mundo (pp.243-248). Rio de Janeiro: LTC.

Winnicott, D. W. (1949/2021). A mente e sua relação com o psicossoma. In: D. W. Da pediatria à psicanálise: escritos reunidos (pp. 361-377) São Paulo: Ubu Editora.

Winnicott, D. W. (1958/2022). A capacidade de ficar sozinho. In: D. W. Winnicott. Processos de amadurecimento e ambiente facilitador: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional (pp. 25-32). São Paulo: Ubu Editora; WMF Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1960/2022a). A teoria do relacionamento pais-bebê. In: D. W. Winnicott. Processos de amadurecimento e ambiente facilitador: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional (pp. 33-50). São Paulo: Ubu Editora; WMF Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1960/2022b). Distorção do ego em termos de self verdadeiro e falso self. In: D. W. Winnicott. Processos de amadurecimento e ambiente facilitador: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional (p. 136-149). São Paulo: Ubu Editora; WMF Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1964/2019). A criança e seu mundo. 6a. Ed. Rio de Janeiro: LTC.

Winnicott, D. W. (1965/2011). O relacionamento inicial entre uma mãe e seu bebê. In: D. W. Winnicott, A família e o desenvolvimento individual (pp.21-28). São Paulo: Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1967/2019). O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento infantil. In: D.W. Winnicott, O brincar e a realidade (pp.134-141). São Paulo: Ubu Editora.

Winnicott, D. W. (1968/2019). O brincar: proposição teórica. In: D. W. Winnicott, O brincar e a realidade. (pp. 43-56). São Paulo: Ubu Editora.

Winnicott, D. W. (1971/2019). O brincar: atividade criativa e a busca do self. In: D. W. Winnicott, O brincar e a realidade. (pp. 57-67). São Paulo: Ubu Editora.

Winnicott, D. W. (1972/2010). Holding e interpretação. (3a ed.). São Paulo: Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1990). Natureza Humana. Rio de Janeiro: Imago.

Zerbinati, J. P., & Bruns, M. A. de T. (2017). Sexualidade e educação: revisão sistemática da Literatura Científica Nacional. Travessias, 11(1), 76–92. Recuperado de: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/16602.

Downloads

Publicado

2025-06-05

Edição

Seção

Artigos