Síndrome de Burnout e sofrimento em atletas de alto rendimento no esporte brasileiro

Fernanda Santos Oliveira; Regina Lúcia Sucupira Pedroza

doi:10.23925/2594-3871.2021v30i1p226-244

Autores

Fernanda Santos Oliveira Instituto de Psicologia UNB https://orcid.org/0000-0003-0623-3174
Regina Lúcia Sucupira Pedroza Universidade de Brasília no Instituto de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.23925/2594-3871.2021v30i1p226-244

Palavras-chave:

Síndrome de Burnout, atleta, sofrimento psicológico, alto rendimento

Resumo

A Síndrome de Burnout é considerado um problema que afeta profissionais de diferentes áreas, com interferências físicas, psicológicas e sociais, podendo gerar no indivíduo incapacidade para atividades físicas ou cognitivas. Quando ocorre em atletas, além de interferir na vida pessoal e na saúde, podem acarretar impactos ao rendimento esportivo e gerar abandono do esporte. Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi analisar como a Síndrome de Burnout e o sofrimento são compreendidos no esporte de alto rendimento em artigos de origem brasileira. Foi utilizado como método de pesquisa uma revisão da literatura com busca em cinco bases de dados bibliográficos: PubMed, SciELO, Web of Science, EMBASE e LILACS. O artigo destacou algumas questões relevantes e sugestões de cada um dos temas (Síndrome de Burnout e sofrimento no esporte) sugeridos pela literatura analisada. Entender como os atletas sofrem e lidam com estas questões é importante para podermos manter maior quantidade e qualidade de atletas no esporte brasileiro, pois muitos deles desistem do esporte praticado devido ao sofrimento e exigências externas.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Fernanda Santos Oliveira, Instituto de Psicologia UNB

Mestre em Ciências do Esporte pela Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Processos de Desenvolvimento humano e saúde pela Universidade de Brasília (UnB)

CV: http://lattes.cnpq.br/8430095340149079

Regina Lúcia Sucupira Pedroza, Universidade de Brasília no Instituto de Psicologia

- Graduação em Psicologia pela Universidade de Brasília (1988);

- Graduação em Licenciatura em Psicologia pela Universidade de Brasília (1989);

- Mestrado em Psicologia pela Universidade de Brasília (1993);

- Doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (2003);

- Pós Doutorado em Sciences de l'Education pela Universidade Paris V, René Descartes (outubro 2009 a março de 2010).

Referências

Bara, F., & Miranda (1998). Aspectos psicológicos do esporte competitivo. Treinamento Desportivo, 3(3) 62-72.

Bicalho, C. C. F., & Costa, V. T. (2018). Burnout in Elite Athletes: a Systematic Review. Cuadernos de Psicología del Deporte,18(1), 89-102.

Bim, R. H., Nascimento Junior, J. R. A., Amorim, A. C., Vieira, J. L. L., & Vieira, L. F. (2014). Estratégias de coping e sintomas de burnout em atletas de futsal de alto rendimento. R. Bras. Ci. e Mov., 22(3), 69-75.

Budó, M. L. D., Nicolini, D., Resta, D. G., Büttenbender, E., Pippi, M. C., & Ressel, L. B. (2007, Março). A cultura permeando os sentimentos e as reações frente à dor. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, 41(1).

Casagrande, P. O., Andrade, A., Viana, M. S., & Vasconcellos, D. I. C. (2014). Burnout em tenistas brasileiros infanto-juvenis. Motricidade, 10(2), 60-71.

Cassell, E. J. (2004). The nature of suffering and the goals of medicine. Oxford: Oxford University Press.

Codo, W., & Vasques-Menezes, I. (1999). O que é Burnout? In Codo, W. Educação: carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes/ Brasília: Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação: Universidade de Brasília. Laboratório de Psicologia do Trabalho.

Costa, M. S. F., Oliveira, S. F. M., Farah, B. Q., Guimarães, F. J. S. P., & Santos, M. A. M. (2014). Síndrome do burnout entre jovens nadadores: frequências de sentimentos independentes do gênero e da categoria de competição. Rev. Educ. Fís/UEM, 25(2), 173-180.

Dias, C., Cruz, J. F., & Fonseca, A. M. (2012). The relationship between multidimensional competitive anxiety, cognitive threat appraisal, and coping strategies: A multi-sport study. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 10(1), 52–65. http://doi.org/10.1080/1612197X.2012.645131

Dias, M. H., & Sousa, E. L. A. (2012). Esporte de alto rendimento: reflexões psicanalíticas e utópicas. Psicologia & Sociedade, 24(3), 729-738.

Epiphanio, E. H. (2002). Conflitos vivenciados por atletas quanto à manutenção da prática esportiva de alto rendimento. Estud Psicol., 19(1), 15–22.

Farber, B. A. (1991). Crisis in Education: Stress and Burnout in the American Teacher. San Francisco, Oxford: Jossey-Bass Publishers.

Freudenberger, H. J. (1974). Staff burn-out. Journal of social issues, Malden, 30(1), 159-165.

Giglio S. S., & Rubio K. (2013). Futebol profissional: o mercado e as práticas de liberdade. Rev Bras Educ Física e Esporte, 27(3), 387–400.

Granz, H. L., Schnell, A., Mayer, J., & Thiel, A. (2019, March). Risk profiles for athlete burnout in adolescent elite athletes: A classification analysis. Psychology of Sport & Exercise, 41, 130-141.

Gomes, A. R. (2014). Positive human functioning in stress situations: An interactive proposal. Em A. R. Gomes, R. Resende, & A. Albuquerque (Eds.), Positive human functioning from a multidimensional perspective: Promoting stress adaptation (Vol. 1, pp. 165–194). New York: Nova Science Publishers, Incorporated.

Gonçalves, M. C., Turelli, F. C., & Vaz, A. F. (2012, Julho-Setembro). Corpos, dores, subjetivações: notas de pesquisa no esporte, na luta, no balé. Movimento, Porto Alegre, 18(3), 141-158.

Gonçalves, M. C., & Vaz, A. F. (2012, Janeiro). Educação do corpo, dor, sacrifício: um estudo com competidores de atletismo. Revista Iberoamericana de Educación / Revista Ibero-americana de Educação, 58(1). ISSN: 1681-5653.

Gustafsson, H., Kenttä G., Hassmén P., & Lundqvist C. (2007). Prevalence of burnout in competitive adolescent athletes. Sport Psychol., 21, 21-37.

Gustafsson, H., Hassmen, P., Kentta G., & Johansson M. (2008). A qualitative analysis of burnout in elite Swedish athletes. Psychol Sport Exerc., 6(9), 800-816.

Holt, N. L., Neely, K. C. (2011). Positive youth development trough sport: A review. Revista de Iberoamericana de Psicología Del Ejercicio Y El Deporte, 6(2), 299–316.

Machado, P. X., Cassepp-Borges, V., Dell´Aglio, D. D., & Koller, S. H. (2007, Janeiro/Junho). Impacto de um projeto de educação pelo esporte. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), 11(1).

Maslach, C., & Jackson, S. (1981). The Measurement of Experienced Burnout. Journal of Occupational Behavior.

Medeiros, C. (2016). Lesão e dor no atleta de alto rendimento: o desafio do trabalho da psicologia do esporte. Psic. Rev., São Paulo, 25(2), 355-370.

Moura, P. V., Silva, E. A. P. C., Silva, P. P. C., Freitas, C. M. S. M., & Caminha, I. O. (2013, Outubro-Dezembro). O significado da dor física na prática do esporte de rendimento. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, 35(4), 1005-1019.

Oliveira, C. C. (2016). Para compreender o sofrimento humano. Rev. bioét. (Impr.), 24(2), 225-34.

Pires, B. M. R. F., Brandão, M. R., & Silva, C. B. (2006). Validação do questionário de burnout para atletas. Rev Educ Fis., 17, 27-36.

Pires, D. A., Santiago, M. L. M., Samulski, D. M., & Costa, V. T. (2012). Síndrome de Burnout no esporte brasileiro. Revista da Educação Física / UEM, Maringá, 23(1), 131-139.

Raedeke, T. D. (1997). Is athlete burnout more than just stress? A sport commitment perspective. Journal of Sport & Exercise Psychology, 10(4), 396–417.

Rubio, K. (2013). Atletas do Brasil Olímpico. São Paulo, SP: Kazuá.

Rubio, K. (2015). Atletas Olímpicos Brasileiros. São Paulo: SESI-SP Editora.

Smith, R. E. (1986). Toward a cognitive-affective model of athletic burnout. Journal of sport psychology, Champaign, 8(1), 36-50.

Sobral, A. S. C., Oliveira, L., Oliveira, L. S., Santos, R. M. L., & Brito, A. F. (2014). Associação entre as cargas de treino impostas a jogadores amadores de rugby sevens e a Síndrome de Burnout. Motricidade, 10(2), 25-35.

Trigo, T. R., Teng, C. T., & Hallak, J. E. C. (2007). Síndrome de Burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Revista de Psiquiatria Clínica, 34, 223-33.

Turner, M. J., & Jones, M. (2014). Stress, emotions and athletes’ positive adaption to sport: Contributions from a transactional perspective. Em A. R. Gomes, R. Resende, & A. Albuquerque (Eds.), Positive human functioning from a multidimensional perspective: Promoting stress adaptation (Vol. 1, pp. 85–111). New York: Nova Science Publishers, Incorporated.

Vaz, A. F. (2000, Maio). Na constelação da destrutividade: o tema do esporte em Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Motus CoDiasrporis, Rio de Janeiro, 7(1), 65-108.

Verardi, C. E. L., Miyazaki, M. C. O., Nagamine, K. K., Lobo, A. P. S., & Domingos, N. A. M. (2012, Julho-Setembro). Esporte, stress e burnout. Estudos de Psicologia, Campinas, 29(3), 305-313.

Vilela, C., & Gomes, A. R. (2015). Ansiedade, Avaliação Cognitiva e Esgotamento na Formação Desportiva: Estudo com Jovens Atletas. Motricidade, 11(4), 104-119.

Weber, M. (2004). A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das letras.

Weinberg, R. S., & Gould, D. (2001). Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. Porto Alegre: Artmed.