Ser em Meio ao uso das Mídias Sociais
reflexões a partir da fenomenologia existencial
DOI:
https://doi.org/10.23925/2594-3871.2024v33i2p448-473Palavras-chave:
mídias sociais, Heidegger, tonalidades afetivas, Era da Técnica, adoecimento existencialResumo
Este estudo visa compreender, a partir da fenomenologia existencial, com base no pensamento de Heidegger, como as mídias sociais estão sendo utilizadas no contexto contemporâneo e como tal relação pode influenciar a existência de um Ser, acarretando ou não um adoecimento existencial. Foram realizadas entrevistas individuais, a partir do método fenomenológico hermenêutico de pesquisa. Tal método consiste em suspender julgamentos prévios, superando a dicotomia sujeito-objeto, bem como em valorizar a experiência como ela se apresenta. Encontrou-se, nas análises dos resultados, a existência de componentes existenciais que se enquadraram em três categorias: Sentido das mídias sociais, Influência das mídias no cotidiano e Modos de se afetar e se perceber ao utilizar as mídias. Posteriormente, elas foram articuladas com a perspectiva teórica de Heidegger. Foi possível demarcar que o acesso às mídias sociais pode se relacionar a um adoecimento existencial, caso o uso não reflexivo das mídias restrinja o ser da pessoa em seu mundo, não a mobilizando diante de seus limites e possibilidades de escolhas.
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