Perfil de homens autores de violência contra as mulheres: revisão sistemática da literatura brasileira

Letycia Maria Santana Pinheiro; Thais Afonso Andrade

doi:10.23925/2594-3871.2023v32i1p82-101

Authors

Letycia Maria Santana Pinheiro Faculdade do Vale do Ipojuca https://orcid.org/0000-0002-7607-6517
Thais Afonso Andrade Universidade Católica de Pernambuco http://orcid.org/0000-0002-5784-1674

DOI:

https://doi.org/10.23925/2594-3871.2023v32i1p82-101

Keywords:

Family violence, Aggressiveness, Intimate partner violence

Abstract

This study aims to analyze the profile of men who commit violence against women in Brazilian scientific literature, with the intention of aiding in the development of socio-educational practices within public policies to address this type of violence. The proposed study constitutes a systematic review conducted using the descriptors “violence against women,” “perpetrators of violence,” “intimate partner violence,” and “domestic violence against women.” The databases searched included SciELO, Oasisbr, and BVS, resulting in a final sample of 15 articles. Based on the studies included in the review, characteristics such as age, employment status, education, and substance use (including alcohol and other drugs), as well as a history of family violence were examined. It is evident that the profile identified in this article presents variations among different national research findings. Consequently, it is recommended to develop an instrument that standardizes investigations on this subject, as well as to actively involve male perpetrators of violence in research.

Metrics

Metrics Loading ...

Author Biographies

Letycia Maria Santana Pinheiro, Faculdade do Vale do Ipojuca

Especialista em Sexologia e Sexualidade Humana pela Faculdade de Ciências Humanas (ESUDA), Recife. PE. Brasil. Psicóloga pela Faculdade do Vale do Ipojuca (UNIFAVIP), Caruaru, PE, Brasil.

Thais Afonso Andrade, Universidade Católica de Pernambuco

Doutoranda e Mestra em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Formação em curso em Terapia de Família, Casal e Individual Sistêmica pela Universidade Federal de Pernambuco/Hospital das Clínicas. Bolsista CAPES. Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).

References

Andrade, T.A., & Lima, A.O. (2018). Violência e namoro na adolescência: uma revisão de literatura. Desidades, 19(5). Recuperado de https://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/18889/11132

Beiras, A., Nascimento, M., & Incrocci, C. (2019). Programas de atenção a homens autores de violência contra as mulheres: um panorama das intervenções no Brasil. Saúde e Sociedade, 28(1), 262-274. https://doi.org/10.1590/S0104-12902019170995

Beiras, A., Benvenutti, M.P., Toneli, M.J.F., & Cavaler, C.M. (2020). Narrativas que naturalizam violências: reflexões a partir de entrevistas com homens sobre violência de gênero. Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, 17, 01-22. https://doi.org/10.5007/1807-1384.2020.e72407 .

Berg, M., Kremelberg, D., Dwivedi, P., Verma, S., Schensul, J., & Gupta, K. et al. (2010). The effects of husband’s alcohol consumption on married women in three low-income areas of greater Mumbai. AIDS And Behavior, 14(S1), 126-135. 10.1007/s10461-010-9735-7

Bolze, S. D. A., Schmidt, B., Bossardi, C. N., Gomes, L. B., Bigras, M., Vieira, M. L., & Crepaldi, M. A. (2019). Tácticas de resolución de conflictos conyugales y parentales en familias sur-brasileñas. Ciencias psicológicas, 67. https://doi.org/10.22235/cp.v13i1.1810

Brasil. (2006). Presidência da República. Secretaria especial de políticas para as mulheres. Lei Maria da Penha: Lei n° 11.340, de 7 de agosto de 2006. Coíbe a violência doméstica e familiar conta a mulher. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Cagol, E. C., & Frichembruder, S.C. (2017). Por onde anda o olhar ao agressor no âmbito da violência doméstica no Brasil? Diaphora, 17(1), 52-60. Recuperado de http://www.sprgs.org.br/diaphora/ojs/index.php/diaphora/article/view/135

Carvalho, M., Oliveira, J., Gomes, N., Santos, M., Estrela, F., & Duarte, H. (2018). Interface entre a violência conjugal e o consumo de álcool pelo companheiro. Revista Brasileira De Enfermagem, 71(suppl 5), 2109-2115. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0540

Conceição, T. B., Bolsoni, C.C., Lindner, S.R., & Coelho, E.B.S. (2018). Assimetria e simetria de gênero na violência por parceiro íntimo em pesquisas realizadas no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3597-3607. https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.23902016

Cortez, M. B., Padovani, R.C., & Williams, L. C. (2005). Terapia de grupo cognitivo-comportamental com agressores conjugais. Estudos de Psicologia (Campinas), 22(1), 13–21. https://doi.org/10.1590/s0103-166x2005000100003

Colossi, P.M., Marasca, A. R, & Falcke, D. (2015). De geração em geração: a violência conjugal e as experiências na família de origem. Psico, 46(4), 493-502. https://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2015.4.20979

De Antoni, C., & Batista, F.A. (2014). Violência familiar: análise de fatores de risco e proteção. Diaphora, 14(2), 26-35. Recuperado de http://www.sprgs.org.br/diaphora/ojs/index.php/diaphora/article/view/62

Falcke, D., & Ferez-Carneiro., T. (2011). Reflexões sobre a violência conjugal: diferentes contextos, múltiplas expressões. Em Wagner, A. (Org.). Desafios psicossociais da família contemporânea: pesquisa e reflexões (pp.72-85). Porto Alegre: Artmed.

Hameister, B.R., Barbosa, P.V., & Wagner, A. (2015). Conjugalidade e parentalidade: uma revisão sistemática do efeito spillover. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 67(2), 140-155. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672015000200011

Leite, F., Luis, M., Amorim, M., Maciel, E., & Gigante, D. (2019). Violência contra a mulher e sua associação com o perfil do parceiro íntimo: estudo com usuárias da atenção primária. Revista Brasileira De Epidemiologia, 22, 1-14. https://doi.org/10.1590/1980-549720190056

Liberati, A., Altman, D. G., Tetzlaff, J., Mulrow, C., Gøtzsche, P. C., Ioannidis, J. P. A., & Moher, D. (2009). The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. Journal of Clinical Epidemiology, 6(4), 354-391. 10.1371/journal.pmed.1000100

Marcacine, K., Abuchaim, E., Jardini, L., Coca, K., & Abrão, A. (2018). Violência por parceiro íntimo entre puérperas: fatores associados. Revista Brasileira De Enfermagem, 71(suppl 3), 1306-1312. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0643.

Madureira, A., Raimondo, M., Ferraz, M., Marcovicz, G., Labronici, L., & Mantovani, M. (2014). Perfil de homens autores de violência contra mulheres detidos em flagrante: contribuições para o enfrentamento. Escola Anna Nery - Revista De Enfermagem, 18(4), 600-606. https://doi.org/10.5935/1414-8145.20140085.

Moura, L., Gandolfi, L., Vasconcelos, A., & Pratesi, R. (2009). Violências contra mulheres por parceiro íntimo em área urbana economicamente vulnerável, Brasília, DF. Revista de Saúde Pública, 43(6), 944-953. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000069

Medrado, B., & Lyra, J. (2008). Por uma matriz feminista de gênero para os estudos sobre homens e masculinidades. Revista Estudos Feministas, 16(3), 809-840. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2008000300005

Medrado, B. A Lei Maria da Penha não é contra os homens, é a favor de uma sociedade sem violência: conquistas, lacunas e desafios em políticas públicas. (2009). Em Torquist, C., Castilhos, C., Lago, M., & Lisboa, T (Orgs). Leituras de resistência: Corpo, Violência e Poder (pp. 20-35). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

Oliveira, J., & Scorsolini-Comin, F. (2021). Percepções sobre intervenções grupais com homens autores de violência contra as mulheres. Psicologia & Sociedade, 33, e221163, 1-18. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33221163

Paiva, A.C.S., & Vasconcelos, F.E.A. (2015). Reaprendizagens do masculino após o advento da Lei “Maria da Penha”. O Público e o Privado, 25, 121-137. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/2670

Paixão, G., Pereira, Á., Gomes, N., Campos, L., Cruz, M., & Santos, P. (2018). A experiência de prisão preventiva por violência conjugal: o discurso de homens. Texto & Contexto - Enfermagem, 27(2), 2-8. https://doi.org/10.1590/0104-07072018003820016.

Rovinski, S., Schneider, A., Pariz, J., Santos, Á., & Bandeira, D. (2018). Respostas de agressividade no Rorschach (R-PAS) de homens autores de violência conjugal. Avaliação Psicológica, 17(2), 199-204. http://dx.doi.org/10.15689/ap.2018.1702.13998.05

Santos, A. C. B., & Lima, V. L. A. (2013). O Perfil do homem autor de violência cometida contra as mulheres na versão da mídia impressa Paroara: Contribuições para a enfermagem. Anais do XXVII Simpósio Nacional de História: conhecimento e diálogo social, Natal, RN, Brasil. Recuperado de http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364938636_ARQUIVO_ARTIGOANPUH2013definitivo.pdf.

Santos, A.P.C.A., & Witeck, G. (2016). Violência doméstica e familiar contra a mulher. Anais do XIII Seminário Internacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea. Recuperado de https://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidspp/article/view/15858.

Santos, M., Macena, R., Mota, R., Souza, W., Sousa, J., Cavalcante, F., & Câmara, K. (2019). Fatores associados ao uso do álcool entre homens autores de violência por parceiro íntimo no Ceará. Revista de Saúde e Ciências Biológicas, 7(4), 341-350. http://dx.doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v7i4.2677.p341-350.2019

Scott, J., & De Oliveira, I. (2018). Perfil de homens autores de violência contra a mulher: uma análise documental. Revista de Psicologia da IMED, 10(2), 71-88. http://dx.doi.org/10.18256/2175-5027.2018.v10i2.2951

Sgobero, J.K.G.S., J., Monteschio, L.V. C., Zurita, R.C.M., Oliveira, R. R., & Mathias, T.A.F. (2015). Violência física por parceiro íntimo na gestação: prevalência e alguns fatores associados. Aquichan, 15(3), 339-350. http://dx.doi.org/10.5294/aqui.2015.15.3.3.

Silva, E., Valongueiro, S., Araújo, T., & Ludermir, A. (2015). Incidence and risk factors for intimate partner violence during the postpartum period. Revista de Saúde Pública, 49(0), 1-9. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005432.

Silva, A.C. L.G., & Coelho, E. B. S., & Moretti-Pires, O. R. (2014). O que se sabe sobre o homem autor de violência contra a parceira íntima: uma revisão sistemática. Revista Panamericana de Salud Pública, 35(4), 278-283. Recuperado de https://www.scielosp.org/article/rpsp/2014.v35n4/278-283#:~:text=O%20marido%20ou%20companheiro%20foi,pelo%20parceiro%20%C3%ADntimo%20(6).

Teixeira, S., Moura, M., Silva, L., Queiroz, A., Souza, K., & Albuquerque Netto, L. (2015). Violência perpetrada por parceiro íntimo à gestante: o ambiente à luz da teoria de Levine. Revista Da Escola De Enfermagem Da USP, 49(6), 882-889. 10.1590/S0080-623420150000600002

Vasconcelos, M. S., Holanda, V. R., & Albuquerque, T.T. (2016). Perfil do agressor e fatores associados à violência contra mulheres. Cogitare Enfermagem, 21(1), 1-10. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i1.41960

Vieira, E. M., Perdona, G. S. C, & Santos, M. A. (2011). Fatores associados à violência física por parceiro íntimo em usuárias de serviços de saúde. Revista de Saúde Pública, 45(4), 730-737. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000034

Vieira, L., Cortes, L., Padoin, S., Souza, I., Paula, C., & Terra, M. (2014). Abuso de álcool e drogas e violência contra as mulheres: denúncias de vividos. Revista Brasileira De Enfermagem, 67(3), 336-372. https://doi.org/10.5935/0034-7167.20140048.

Zancan, N., Wassermann, V., & Lima, G.Q. (2013). A violência doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas. Pensando Famílias, 17(1), 63-76. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v17n1/v17n1a07.pdf