A verdade do eu é um outro
A transconversão de Isabelle Eberhardt no deserto
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2767.2023v78p476-502Palavras-chave:
alteridade, gênero, literatura de viagemResumo
Isabelle Eberhardt (1877-1904) é uma das viajantes do século XIX que desperta mais interesse da crítica e da historiografia. Seus diários produzem uma reconstrução de gênero, ao serem narrados muitas vezes na voz masculina, já que ela própria perambulava pelo deserto vestida de homem; uma relação intrincada e problemática com a alteridade, em suas relações com os nativos e com o poder colonial francês; uma relação complexa com a paisagem do deserto argelino, que lhe serve muitas vezes para elaborar uma personagem mística e martirizada. Este artigo pretende interpretar seus diários de viagem como a paisagem argelina, este sertão africano, e seu travestismo, servem para a elaboração de sua performatividade de gênero e de suas relações com a alteridade no mundo colonial e muçulmano.
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