"Des jeunes qui, bien avant d'être paralysés, étaient déjà dégénérés" –
syphilis, folie et orientation de la nation dans la psychiatrie carioca du début du siècle XX
DOI :
https://doi.org/10.23925/2176-2767.2025v84p30-57Mots-clés :
syphilis, psychiatrie, laboratoire, diagnosticRésumé
La paralysie générale progressive (PGP) a été décrite pour la première fois en 1822. À partir du milieu du XIX^e siècle, elle a pris une place plus importante dans les agendas psychiatriques, sa forme juvénile étant liée à la syphilis et, par conséquent, mettant en évidence son potentiel de dégénérescence des générations futures. Ainsi, le présent article examine comment les connaissances sur la PGP juvénile ont été imbriquées dans les discours sur l'importance de la psychiatrie pour la promotion d'une nation brésilienne développée et saine. Le texte s'intéresse à la relation entre les pratiques psychiatriques liées au diagnostic de la PGP juvénile et la manière dont les psychiatres instituaient et traitaient les limites des corps supposés malades. Dans ce contexte, la recherche met en lumière le lien entre le processus de consolidation de la psychiatrie carioca en tant que domaine médico-scientifique et l'utilisation d'outils de laboratoire à des fins de preuve de maladie mentale.
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