ESPELHOS PARTIDOS: SAMBA E TRABALHO NO TEMPO DO “ESTADO NOVO”

Autores

  • Adalberto de Paula Paranhos Universidade Federal de Uberlândia/MG

Palavras-chave:

Estado Novo, governo Vargas, ideologia do trabalhismo, música popular, samba

Resumo

O cerco do silêncio que a ditadura do "Estado Novo" montou em torno das práticas e discursos que pudessem destoar das normas então instituídas levou muita gente, por muito tempo, a acreditar no triunfo de um pretenso "coro da unanimidade nacional". Trafegando na contramão dessa corrente, que estende seu alcance aos domínios da música popular, este texto procura levantar uma parte do véu que encobre manifestações que desafinaram o “coro dos contentes” durante o regime estado-novista. Seu foco são as vozes destoantes do samba produzido à época, apesar da férrea censura dos organismos oficiais (particularmente do DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda). Sitiados pelas forças conservadoras, nem por isso todos os compositores populares se deixaram apanhar na rede do culto ao trabalho propagado pela ideologia governamental. Falas dissonantes repontaram aqui e ali, evidenciando que por mais ditatorial ou supostamente totalitário que seja esse ou aquele regime, nunca se consegue calar por inteiro as dissidências ou as diferenças. E estas se expressam inclusive nas representações das relações de gênero acolhidas na música popular.

Biografia do Autor

Adalberto de Paula Paranhos, Universidade Federal de Uberlândia/MG

Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1997. Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 2005. Professor adjunto da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na qual atua nos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Sociais, no Programa de Pós-graduação em História e na graduação em Música. Editor de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, periódico do Instituto de História, vinculado ao Programa de Pós-graduação em História da UFU, participa de diversos conselhos editoriais e consultivos de outras publicações e/ou editoras. Exerceu a vice-presidência e a presidência da seção latino-americana da IASPM-AL (International Association for the Study of Popular Music) entre 2006 e 2010. Desenvolve pesquisas e tem produção na área de Política e Cultura, com ênfase em História Social da Cultura. Entre os temas mais freqüentes de seus estudos se encontram política, ideologia, hegemonia, "Estado Novo", governo Vargas, trabalho, trabalhismo, nacionalismo, censura, música popular brasileira, símbolos nacionais, samba, malandragem, Bossa Nova e historicidade das canções.

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Publicado

2012-04-10

Como Citar

Paranhos, A. de P. (2012). ESPELHOS PARTIDOS: SAMBA E TRABALHO NO TEMPO DO “ESTADO NOVO”. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 43. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/7978