Nomes divinamente humanos: antroponímia na obra de Mia Couto
DOI:
https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v1n2p116-143Resumo
A linguagem, enquanto possibilidade humana de dizer sua experiência de mundo, porta a condição insanável de não dizer tudo. Ainda que possa referir tudo, a linguagem não esgota o enunciável. No jogo dinâmico e aparentemente paradoxal de a linguagem humana poder e não poder abarcar o mundo, colocam-se também os diferentes discursos sobre Deus. A linguagem religiosa, em seu anseio por falar a realidade misteriosa da Divindade, o faz frequentemente através de metáforas – elemento constitutivo básico do discurso poético. Sustentado sobre tais pressupostos – na esteira teórica da hermenêutica de Gadamer e Ricoeur –, o artigo percorre alguns textos seletos do escritor Mia Couto para afirmar: Se o Numinoso não pode ser propriamente nomeado, em contrapartida os nomes que inventamos para nós podem falar de Deus. Mais exatamente: os nomes-personagens criados pelo autor moçambicano, ainda que afásicos e tresloucados, justamente porque encenam a condição humana marginal, apresentam-se com intenso poder de decifração do mundo. Oferecem-se, por isso mesmo, como instigante constructo literário teologizável.
Palavras-chaves: Mia Couto. Literatura moçambicana. Crítica literária. Teologia. Teopoética.
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