Nomes divinamente humanos: antroponímia na obra de Mia Couto

Autores

  • Antonio Geraldo Cantarela PUC Minas e Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA)

DOI:

https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v1n2p116-143

Resumo

A linguagem, enquanto possibilidade humana de dizer sua experiência de mundo, porta a condição insanável de não dizer tudo. Ainda que possa referir tudo, a linguagem não esgota o enunciável.  No jogo dinâmico e aparentemente paradoxal de a linguagem humana poder e não poder abarcar o mundo, colocam-se também os diferentes discursos sobre Deus. A linguagem religiosa, em seu anseio por falar a realidade misteriosa da Divindade, o faz frequentemente através de metáforas – elemento constitutivo básico do discurso poético. Sustentado sobre tais pressupostos – na esteira teórica da hermenêutica de Gadamer e Ricoeur –, o artigo percorre alguns textos seletos do escritor Mia Couto para afirmar: Se o Numinoso não pode ser propriamente nomeado, em contrapartida os nomes que inventamos para nós podem falar de Deus. Mais exatamente: os nomes-personagens criados pelo autor moçambicano, ainda que afásicos e tresloucados, justamente porque encenam a condição humana marginal, apresentam-se com intenso poder de decifração do mundo. Oferecem-se, por isso mesmo, como instigante constructo literário teologizável.

Palavras-chaves: Mia Couto. Literatura moçambicana. Crítica literária. Teologia. Teopoética.

Biografia do Autor

Antonio Geraldo Cantarela, PUC Minas e Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA)

Doutor em Letras (área de literatura) pela PUC Minas.  Professor na PUC Minas e no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA).**Este artigo foi construído com excertos de minha tese O caçador de ausências: o sagrado em Mia Couto (2010), orientada pela Profa. Dra. Maria Nazareth Soares Fonseca, no programa de pós-graduação em Letras da PUC Minas.

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Publicado

2011-12-16

Como Citar

Cantarela, A. G. (2011). Nomes divinamente humanos: antroponímia na obra de Mia Couto. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 1(2), 116–143. https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v1n2p116-143