O Ideal de Cavalaria Medieval d’O Livro da Ordem de Cavalaria, de Raimundo Lúlio, n’Os Lusíadas, de Luís de Camões
DOI:
https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v6n12p223-245Palavras-chave:
Palavras-chave, Cavaleiro, épica, Os Lusíadas, medieval, OrdemResumo
RESUMO: Este artigo tem como objetivo mostrar a ressonância do ideal medievo de cavalaria, modelado por Raimundo Lúlio n’O Livro da Ordem de Cavalaria, na epopeia Os Lusíadas, de Luís de Camões. Como essa épica maneirista enaltece, ainda no século XVI, os valores cavaleirescos, através de seus reis e heróis, elogiando as virtudes por eles demonstradas. A épica de Camões, portanto, reverencia, em suas personagens, as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e cardeais (prudência, temperança, justiça e fortaleza), mais especificamente coragem, honra e palavra empenhada, atributos indispensáveis ao combatente, conforme recomendado por Lulío em seu Livro, manual com vistas à prescrição do guerreiro ideal. Mostra-se nesse artigo a permanecia do pensamento medieval na poética camoniana, que canta a expansão do império lusitano e de sua fé nos territórios alcançados pela colonização portuguesa. Os marinheiros portugueses e outros personagens do poema épico são, deste modo, figurados com as qualidades dos cavaleiros medievais cuja missão é a dedicação à guerra santa moderna contra os inimigos da cristandade.
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