Sabedoria popular andina: provérbios Quéchuas

Autores

  • David Mesquiati de Oliveira Faculdade Unida de Vitória (UNIDA) http://orcid.org/0000-0002-5091-9563
  • Kenner Roger Cazotto Terra Faculdade Unida de Vitória (UNIDA)

DOI:

https://doi.org/10.19143/2236-9937.2017v7n13p167-192

Palavras-chave:

Quéchua, Sabedoria Popular, Provérbios, Semiótica

Resumo

A sabedoria popular andina expressa nos provérbios Quéchua é rica em elementos morais e comportamentais. No provérbio analisado aqui, o Ama llulla, ama qhilla, ama suwa (“Não sejas mentiroso, não sejas preguiçoso, não sejas ladrão”) fica evidente essa moral comunitária e social. Esse Tricálogo ético e moral dirigia a vida dos Quéchuas desde os pequenos povoados até o Tawantinsuyu Inca, perpassando centenas de anos e ainda servindo de referência para os cerca de 10 milhões de latino-americanos que atualmente falam o idioma quéchua e vivem sua cultura nos Andes (Bolívia, Peru e Equador). Como gênero literário sapiencial, os provérbios podem ser analisados e comentados. Nesse texto, buscou-se fazer a conexão entre a cultura Quéchua do provérbio e a fé cristã.

Biografia do Autor

David Mesquiati de Oliveira, Faculdade Unida de Vitória (UNIDA)

É pós-doutor em Teologia pelo PPGT da PUC-Rio (2016), pós-doutorando em Teologia pelo PPGT da Faculdades EST, doutor em Teologia pela PUC-Rio (2013), Mestre em Teologia pela Faculdades EST (2010), bacharel em Teologia também pela EST (2008), bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2001), pós-graduado em Educação pelo Claretiano (2013). É docente no Mestrado Profissional em Ciências das Religiões e na Graduação em Teologia da Faculdade Unida de Vitória. Estuda religiões indígenas, ecumenismo e diálogo inter-religioso, teologia da missão, pentecostalismo. É coordenador da Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais (RELEP Brasil), presidente da Fraternidade Teológica Latino-americana (FTL, Setor Brasil).

Kenner Roger Cazotto Terra, Faculdade Unida de Vitória (UNIDA)

Doutor em Ciências da Religião (UMESP), Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da Faculdade Unida de Vitória (UNIDA), pesquisador no Grupo RELEP Brasil (Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais), do Grupo Oracula de pesquisa, da ABIB (Associação Brasileira de Interpretação Bíblica), e BAAS (The Bible Across the Americas Seminar).

Referências

ABA (Associação Brasileira de Antropologia). Convenção para a grafia dos nomes tribais. Revista de antropologia, São Paulo: USP, a. 2, n. 2, 1954:150-152.

ALBUQUERQUE, M. H. T. Um exame pragmático do uso de enunciados proverbiais nas interações verbais correntes. Dissertação (Mestrado da Área de Filologia Românica). Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.

ASSMANN, A. Canon and Archive. In: ERLL, Astrid; NÜNNING, Ansgar (Ed.). Cultural Memory Studies: An International and Interdisciplinary Handbook. Berlin: Walter De Gruyter, 2008a.

ASSMANN, J. Communicative and Cultural Memory. In: ERLL, Astrid; NÜNNING, Ansgar (Ed.). Cultural Memory Studies: An International and Interdisciplinary Handbook. Berlin: Walter De Gruyter, 2008b.

BOAS, Alex Villas. Teologia em diálogo com a literatura: origem e tarefa poética da teologia. São Paulo: Paulus, 2017.

CANAVIRI VARGAS, Zenón. Qhichwa anti runakunaq parlaynin: el quechua idioma del mundo andino. 3. ed. Oruro: [s/n], 2002.

COLLET, Giancarlo. Leónidas Proaño – Bispo dos índios. Revista Concilium. n. 333, 2009: 51-61.

FERRARI, Mônica Rebecca. A memória da cultura e a memória na mídia em produtos autovisuais infanto-juvenis. In: MACHADO, Irene (Org.). Semiótica da cultura e semiosfera. São Paulo: FAPESP; Annablume, 2007.

FERREIRA, Amauri C. & PERREIRA, Leonardo L. A morada da moral no pensamento de Frei Bernardino Leers: a pessoa. Revista Perspectiva Teológica. a. 44, n. 44, 2012: 101-124.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GUANOLEMA, Segundo Francisco Lema. Gramatica quichua. Quito-Ecuador: AbyaYala, 1997.

GUTIERREZ, Gustavo. Se fôssemos índios...: Bartolomé de las Casas. Revista Concilium, n. 333, 2009: 23-32.

JAUSS, Hans. A história da literatura como provocação à teoria literária. São Paulo: Ática, 1994.

LEERS, Bernardino. Teologia moral, ciências humanas e sabedoria popular: um tripé que deu certo. Petrópolis: Vozes, 2010a.

LEERS, Bernardino. Em plena liberdade. Belo Horizonte: Lutador, 2010b.

LÓTMAN, La semiosfera I; LÓTMAN, I. Universe of the Mind: A Semiotic Theory of Culture. Bloomington; Indianapolis: Indiana University Press, 1990.

LÓTMAN, I. La semiótica de la cultura y el concepto de texto. Escritos, n. 19, 1993.

LÓTMAN, I. La semiótica de la cultura y el concepto de texto. In: ______. La semiosfera I: Semiótica de la cultura e del texto. Madrid: Ediciones Cátedra, 1996.

LÓTMAN, I. Tese para uma análise da semiótica da cultura (Uma aplicação aos textos eslavos). In: MACHADO, Escola de semiótica: a experiência de Tártu-Moscou para o estudo da cultura. São Paulo: Ateliê Editorial/FAPESP, 2003.

LÓTMAN, I. As três funções do texto. In: ______. Por uma teoria semiótica da cultura. Belo Horizonte: FALE; UFMG, 2007.

LÓTMAN, I.; USPENSKI, Bóris. Sobre o mecanismo semiótico da cultura. In: MACHADO, I. (Org.). Ensaios de semiótica soviética. Lisboa: Novo Horizonte, 1981, p. 37-66.

MACHADO, Irene. Escola de semiótica: a experiência de Tártu-Moscou para o estudo da cultura. São Paulo: Ateliê Editorial/FAPESP, 2003.

MANZATTO, Antonio. Teologia e literatura: reflexão teológica a partir da antropologia contida nos romances de Jorge Amado. São Paulo: Loyola, 1994.

NOGUEIRA, Paulo A. S. Hermenêutica da recepção: textos bíblicos nas fronteiras da cultura e no longo tempo. Revista Estudos de Religião, n. 42, 2012a: 15-30.

NOGUEIRA, Paulo A. S. Religião como texto: contribuições da semiótica da cultura. In: NOGUEIRA, Paulo A. S. (Org.). Linguagens da religião: desafios, métodos e conceitos centrais. São Paulo: Paulinas, 2012b, p. 13-30.

OLIVEIRA, David Mesquiati. Diálogo e missão nos andes: um estudo de teologia da missão latino-americana. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Garimpo, 2016.

QUICAÑA, Fernando A. La sociedad andina: su identidad cultural desde la visión bíblica. Huanta-Peru: [s/n], 2012.

RAMOS, Vaz A. et al. Semiosfera: explosão conceitual nos estudos semióticos da cultura. In: MACHADO, Irene (Org.). Semiótica da cultura e semiosfera. São Paulo: FAPESP; Annablume, 2007, p. 27-34.

VIGIL, José M. Teologia do pluralismo religioso: para uma releitura pluralista do cristianismo. São Paulo: Paulus, 2006.

XATARA, Cláudia Maria; SUCCI, Thaís Marini. Revisitando o conceito de provérbio. In: Veredas n. 1 (2008): 36-48.

Downloads

Publicado

2017-07-21

Como Citar

Mesquiati de Oliveira, D., & Terra, K. R. C. (2017). Sabedoria popular andina: provérbios Quéchuas. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 7(13), 167–192. https://doi.org/10.19143/2236-9937.2017v7n13p167-192