O Boi e o Pastor e a Mística Zen
DOI:
https://doi.org/10.19143/2236-9937.2019v9n17p243-257Palavras-chave:
O Boi e o Pastor, mística zen, si-mesmo, taleidade, cotidiano.Resumo
Resumo: O Boi e o Pastor é um poema chinês do século XII. Inclui imagens que perfazem a orientação zen budista sobre a meditação e como caminho para a iluminação. Conhecido como um importante texto desta tradição, ele possui diversas variações em número de imagens e texto. A utilizada para este estudo é a de Kakuan Shien, monge chinês, com dez imagens. O poema trata sobre um pastor que perde seu boi e o busca até encontrá-lo e reconduzi-lo de volta para casa. A singularidade desta interpretação é que a jornada não se encerra no círculo vazio, como as outras fazem. Ela ultrapassa este estágio e retorna para a simplicidade da natureza e da vida diária. A mística zen budista pode ser vista como uma não-mística ou como uma mística do cotidiano. Após o encontro com o silêncio de Deus, ou melhor, o nada absoluto, o que se expressa é a vida tal como ela é, sem porquês. A partir da análise de Shizuteru Ueda da Escola de Kyoto sobre o poema, trabalharei os conceitos si-mesmo e taleidade para compor o entendimento desta mística que se vincula ao fenomênico, ao simples, sem deixar de lado o transcendente e o sagrado.
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