Da poesia ao mistério divino: O itinerário mistagógico dos hinos do Apocalipse
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v22p89-103Palavras-chave:
Apocalipse, Hinos, Mistério Divino, Poesia, MistagogiaResumo
O livro do Apocalipse de São João possui uma beleza singular por sua linguagem simbólica e mensagem de esperança. Na sua parte central (4,1–22,5), há poemas, classificados como hinos, dirigidos a Deus e ao Cordeiro. Eles propõem ao leitor um itinerário mistagógico desde o reconhecimento de Deus (4,8-11) e do Cordeiro (5,9-14); passando pelos seus atributos (7,10-12); a percepção de sua atuação (11,15-18; 12,10-12); o louvor aos seus juízos (15,3-4; 16,5-7); culminando com o Aleluia final (19,1-8), que conclui esse percurso em uma postura reverente a Deus por seu reinado e um convite às núpcias com o Cordeiro. Apresentaremos os hinos inseridos no conjunto da estrutura literária do livro do Apocalipse e a função que eles exercem de síntese poética do drama narrado. Em seguida, abordaremos a mistagogia dos hinos do Apocalipse a fim de compreender como se mostra a ação divina e sua relação com o meio e com a humanidade. Não nos deteremos demasiadamente na análise exegética, mas a presumiremos para uma ênfase mais literária e teológica. Finalmente, consideraremos Deus como mistério fascinante que propõe a comunhão a partir de Cristo, o Cordeiro imolado.
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