Crítica à Estadolatria: contribuições da filosofia anarquista à perspectiva antirracista e decolonial
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p54-78Palavras-chave:
colonialidade, filosofia anarquista, antirracismoResumo
A partir do conceito de epistemicídio (SANTOS, 2011), procuramos situar a colonialidade do saber sofrida pela filosofia anarquista e a perspectiva decolonial. O artigo aborda a importância da perspectiva de análise decolonial ao apontar o racismo como eixo estruturante da Modernidade. Com vistas a aumentar a eficácia da crítica decolonial, resgatamos alguns dos principais conceitos da filosofia anarquista. Objetivamos, assim, fazer confluir essas duas escolas interpretativas e mostrar que parte da crítica anarquista pode ser muito útil aos propósitos antirracistas. Para tanto, simultaneamente, apresentamos o significado de alguns conceitos importantes: anarquismo, colonialidade do poder, estadolatria, ação direta e autogoverno. Também articulamos as categorias de liberdade e de igualdade como centrais tanto para o pensamento anarquista quanto para o decolonial. A estadolatria unifica diferentes filosofias europeias, bem como o Estado foi uma das principais instituições responsáveis pela escravização, tortura e assassinatos de negros e indígenas.
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