O Desejo de Ver: Hilda Hilst e a redenção pelo grotesco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p302-323

Palavras-chave:

Literatura e Religião, Teopoética, Grotesco, Hilda Hilst.

Resumo

A partir de uma perspectiva teopoética, este artigo traça relações entre duas obras da escritora Hilda Hilst, a peça teatral O Rato no Muro (1967) e a novela Com os Meus Olhos de Cão (1986), localizando a compreensão do divino apresentada nestas narrativas sob a premissa de manifestações ligadas ao grotesco. Com a base inicial em teorias de Kayser (2003) e Bakhtin (1979), a respeito deste conceito estético, esta reflexão aprofunda sua análise por meio da teologia de Rudolph Otto (2007) e a categoria do Mysterium Tremendum. Por meio da experiência literária, Hilda Hilst oferta uma profunda compreensão do numinoso, na maneira como este se revela à humanidade, despertando o sentimento de criatura e ampliando a percepção com um desejo de ver além do que a realidade imediata permite. São interpretações que visam enriquecer os estudos teopoéticos na literatura brasileira, assim como a fortuna crítica em torno da obra de Hilda Hilst.

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Biografia do Autor

Fernando de Mendonça, Universidade Federal de Sergipe

Doutor em Teoria da Literatura (UFPE) e Professor Adjunto na Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde atua no Departamento Letras LIBRAS (DELI) e no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL). 

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Publicado

2020-10-10

Como Citar

Mendonça, F. de. (2020). O Desejo de Ver: Hilda Hilst e a redenção pelo grotesco. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 10(21), 302–323. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v21p302-323

Edição

Seção

Dossiê: Invisível e Indizível