Bondade não autorizada: a camuflagem do sagrado em Geni e o Zepelim de Chico Buarque

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v22p377-409

Palavras-chave:

Geni e o Zepelim, Chico Buarque, camuflagem do sagrado, sagrado- profano.

Resumo

O artigo pretende discutir as marcas do sagrado camuflado na canção Geni e o Zepelim, de Chico Buarque de Hollanda. Denuncia a cultura que privilegia a figura do protagonista e destaca o papel dos coadjuvantes invisibilizados e mundanizados na obra buarqueana. À semelhança de tantas outras canções de Chico Buarque, Geni e o Zepelim se destaca por nos expor ao vigor que deriva da capacidade humana de gritar, interpelar e se rebelar. O artigo explora o conceito de camuflagem do sagrado, especialmente como sugere Mircea Eliade, e o propõe como lente através da qual considera a sacralidade da bondade expressa pela protagonista da canção — virtude que se apresenta timidamente por entre as camadas de estereótipos sociais e religiosos —, normalmente desconsiderada pela religião acostumada às chancelas e autorizações em função de sua profanidade. Parte-se do pressuposto de que o profano é o terreno comum onde os humanos se reconhecem como tais, e para onde devem retornar sempre que o sagrado se torna opressor, para uma vez mais reconstruir o sentido, postular o sagrado libertador.

Biografia do Autor

Abdruschin Schaeffer Rocha, Faculdade Unidade de Vitória

Doutor em Teologia pela PUC-Rio. Professor do curso de graduação em Teologia e do programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da Faculdade Unida de Vitória.

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Publicado

2020-12-14

Como Citar

Rocha, A. S. (2020). Bondade não autorizada: a camuflagem do sagrado em Geni e o Zepelim de Chico Buarque. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 10(22), 377–409. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2020v22p377-409