Elogio da vaidade
a recepção do Eclesiastes em Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v27p228-245Palavras-chave:
Machado de Assis, Eclesiastes, Vaidade, Pessimismo, Religião e literaturaResumo
A religião ocupou um lugar importante na obra de Machado de Assis. Escrito em 1878, Elogio da vaidade revela a presença do Eclesiastes no texto machadiano. O tema da vaidade presente no conjunto da obra machadiana ganhou a companhia do pessimismo e reforçou no escritor um significado negativo da vida. Dom Hugo de Bressane abordou de forma pioneira o tema da religião na obra do escritor fluminense. No limiar do século XXI ocorreu de modo expressivo, o número de trabalhos sobre a religião em Machado. O Eclesiastes, um dos livros bíblicos mais conhecidos, trata de temas que revelam o cotidiano e a efemeridade da vontade e da vida humana. A rotina de trabalho a qual está submetido o homem que labora sol a sol levanta questões em torno do sentido da vida. O esforço humano é associado à fadiga e ao sofrimento. Machado faz uma reflexão sobre a vaidade e as vanidades humanas. O conto revela a importância da Bíblia para as reflexões machadianas sobre o pessimismo e o sentido da vida.
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