Makunaima e Melquisedeque

preocupações Teológicas decoloniais

Autores

  • William Rezende Quintal Faculdades EST
  • Carolina Bezerra de Souza Faculdades EST

DOI:

https://doi.org/10.23925/2236-9937.2023v31p142-161

Palavras-chave:

Decolonialidade, Artivismo Indígena, Diálogo Interfé, Ecumenismo, Melquisedeque

Resumo

smo de Jaider Esbell, artivista indígena do povo macuxi RR, propondo uma aproximação semântica com o capítulo 7 da Epístola aos Hebreus em busca de evidenciar paralelismos, correspondências e possíveis contribuições decoloniais no mito de Melquisedeque, que contribuam para a reconstrução de narrativas interculturais e interfé. O texto é tratado a partir de uma hermenêutica da suspeita, buscando traçar ausências ou possíveis ocultações no texto que se dariam por exacerbações de características das personagens, ou por ênfases estilísticas que podem ou não, sinalizar tanto a destinação da enunciação, quanto perspectivas tradicionais reproduzidas ali. A ideia é discutir o texto bíblico em sua polissemia e a personagem Melquisedeque em sua ambiguidade intrínseca, apontando para questionamentos às noções de exclusivismo, colonialismo e patriarcado presentes na autoridade mítica e profética de Makunaima, evocado na obra Jaider Esbell. O artigo busca assim, contribuir para o reconhecimento do discurso teopoético como parte de uma epistemologia de fato dialogal, em que haja horizontalidade nas reflexões interfé sobre o cuidado com a Criação.

Biografia do Autor

William Rezende Quintal, Faculdades EST

* Mestre em Arte pela UnB. Doutorando em Teologia pela Faculdades EST.  williamquintal@gmail.coM

Carolina Bezerra de Souza, Faculdades EST

Doutora em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Professora do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Faculdades EST.   carolbsouza@gmail.com

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Publicado

2023-12-27

Como Citar

Rezende Quintal, W., & Bezerra de Souza, C. (2023). Makunaima e Melquisedeque: preocupações Teológicas decoloniais. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 13(31), 142–161. https://doi.org/10.23925/2236-9937.2023v31p142-161