Rastreamento de informações consentidas sobre procedimento cirúrgico em pacientes internados, recém-operados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

Resumo

Introdução: O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é um documento anexado ao prontuário no qual o paciente, ou seu representante legal, declara ter conhecimento sobre sua doença, alternativas de tratamento, efeitos adversos esperados e prognósticos. Deve ser assinado pelo médico e paciente, após um processo informativo e esclarecedor, acordando a conduta a ser tomada. Além de permitir o exercício da autonomia privada do paciente, o TCLE auxilia na construção de uma relação médico-paciente fortalecida, um dos pilares fundamentais para a adequada prática médica. No Brasil, o uso do Termo não é obrigatório, mas regulamentado pelo Parecer 22/04 do CFM, que considera ética e legal sua aplicação em qualquer procedimento. Objetivo: Averiguar as informações compreendidas pelos pacientes, operados em Hospital Escola, sobre os procedimentos neles realizados. Metodologia: Aplicou-se 2 questionários autorais em 100 pacientes com diagnósticos ortopédicos internados no CHS. Os questionários basearam-se em respostas abertas, do tipo “sim ou não” e do tipo Likert. A análise estatística utilizou os testes de Mann- Whitney, qui-quadrado e Cochran. Os resultados foram comparados entre idade, gênero, escolaridade e profissão. Resultados e Conclusões: Apesar da relevância do TCLE na instrução dos pacientes e do fortalecimento da relação médico-paciente, o estudo mostrou que 79% não assinaram o Termo, indicando a baixa adesão de sua aplicação por motivos, como medo e poder jurídico questionável do mesmo. Entre os entrevistados, 86% concordam ter conhecimento sobre sua doença, sendo as questões menos compreendidas sobre o pós-operatório (52%) e complicações (41%). Também foram estes os temas que os pacientes mais gostariam de terem recebido informações adicionais. Atitudes passivas estavam associadas a elevados níveis de confiança, os achados da pesquisa evidenciaram alta concordância dos pacientes com as decisões médicas (82%) e com a confiança no profissional (86%).