Gestação após conização por lesão intra-epitelial de alto grau

Autores/as

  • Carla Muniz Pinto de Carvalho
  • Vanessa Rigoni Marcato
  • Ana Carolina Paim Guimarães

Resumen

A lesão intraepitelial é considerada de grau III quando as células atípicas comprometem mais de dois terços ou toda a espessura do epitélio, provocando displasia acentuada e carcinoma in situ, podendo evoluir para carcinoma invasivo (12 a 36% dos casos). Para impedir essa progressão, podem ser realizadas a exérese em alça larga da zona de transformação ou a conização. No entanto, este método excisional implica em complicações perinatais, por acarretar em insuficiência istmo cervical, levando à prematuridade. Relato de caso: Paciente, 24 anos, branca, casada, dona-de-casa, procedente de Sorocaba e GIIPIIA0. Paciente com antecedente de trabalho de parto prematuro há 5 anos, NIC III e conização há 1 e 4 meses por lesão de alto grau, engravidou após 6 meses do procedimento. Foi, então, submetida, na 12ª semana gestacional, ao procedimento de cerclagem. Ao completar 33 semanas, paciente deu entrada na emergência com diagnóstico de trabalho de parto prematuro, permanecendo internada durante dois dias, com realização de corticoterapia para maturidade pulmonar fetal. Após alta médica, orientou-se repouso em domicílio. Na 36ª semana, foi retirada a cerclagem, sendo que, após quatro dias entrou efetivamente em trabalho de parto, via vaginal, sem nenhuma intercorrência. Recém-nascido feminino, 2710g, apgar 9/9, Capurro concordante com idade gestacional de 36 6/7 semanas, tendo alta junto com a mãe após 48 horas. A cerclagem na gestação após conização é ainda um tratamento discutível e apresenta controvérsias na literatura. Enquanto alguns trabalhos demonstram que o parto prematuro pode ser reduzido por cerclagem cervical direcionada, outros reforçam que este procedimento após conização não reduziu a prematuridade. A realização da cerclagem no caso em questão impediu o parto prematuro e foi fator decisivo no desfecho materno-fetal. Mais estudos são necessários, inclusive para que se determinem protocolos de conduta para a cerclagem na gravidez após conização.

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Publicado

2018-11-16

Cómo citar

1.
Carvalho CMP de, Marcato VR, Guimarães ACP. Gestação após conização por lesão intra-epitelial de alto grau. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 16 de noviembre de 2018 [citado 4 de diciembre de 2024];20(Supl.). Disponible en: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/40019

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