Dialogia e cronotopia no romance histórico Verde vale, de Urda Klueger

Auteurs-es

  • Vanilda Meister Arnold Universidade do Sul de Santa Catarina- Unisul
  • Silvânia Silbert
  • Maria Marta Furlanetto

DOI :

https://doi.org/10.1590/2176-4573p55664

Mots-clés :

Discurso, Literatura, Romance, Cronotopia

Résumé

Este artigo aborda o gênero romance histórico e suas particularidades a partir dos estudos de Bakhtin. O trajeto se faz em torno do conceito de cronotopo, figurando a indissociabilidade de tempo e espaço. A materialidade de análise é a obra Verde vale, de 1979, da catarinense Urda Alice Klueger. A análise realizada destaca o cronotopo da transmigração como figura que alicerça a narrativa histórica; ele se desdobra em dois temas subordinados: o cronotopo da soleira e o da terra, simbolizando os movimentos observados na construção narrativa do romance. Vinculado a essas representações cronotópicas, o tema da terra, que implica enraizamento e remete também a origem, permite a ampliação da análise aproximando os fenômenos de toponímia e antroponímia, trabalhados como eventos de memória e identidade.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Metrics

Chargements des mesures ...

Bibliographies de l'auteur-e

Silvânia Silbert

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Maria Marta Furlanetto

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade de Paris VIII, Vincennes, França. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL no período 2000-2020

Références

AMORIM, M. Cronotopo e exotopia. In: BRAIT, B. Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006. p.95-114.

BAKHTIN, M. O romance de educação e sua importância na história do realismo. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p.205-260.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p.261-306.

BAKHTIN, M. O discurso no romance. In: BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução do russo Aurora Fornoni Bernardini et al. 7. ed. São Paulo: Hucitec Editora, 2014. p.71-210.

BAKHTIN, M. Formas de tempo e de cronotopo no romance (Ensaios de poética histórica). In: BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução do russo Aurora Fornoni Bernardini et al. 7. ed. São Paulo: Hucitec Editora, 2014. p.211-362.

BAKHTIN, M. Epos e romance. In: BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução do russo Aurora Fornoni Bernardini et al. 7. ed. São Paulo: Hucitec Editora, 2014. p.397-428.

BURKE, P. A história dos acontecimentos e o renascimento da narrativa. In: BURKE, P. (org.). A escrita da história: novas perspectivas. Tradução Magda Lopes. São Paulo: Ed. UNESP, 1992. p.327-348.

CAMPOS, C. M. A política da língua na era Vargas: a proibição do falar alemão e resistências no Sul do Brasil. Campinas (SP): Ed. Unicamp, 2006.

CANDIDO, A. O direito à literatura. 4. ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004.

CERTEAU, M. A escrita da história. Tradução Maria de Lourdes Menezes. Rev. técnica Arno Vogel. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.

DICK, M. V. P. A. Toponímia e antroponímia no Brasil. Coletânea de Estudos. São Paulo: Arquivo do Estado, 1990.

FAGGION, C. M.; MISTURINI, B. Toponímia e memória: nomes e lembranças na cidade. Linha D’Água, São Paulo, v. 27, n. 2, p.141-157, dez. 2014.

GAELZER, V. Construções imaginárias e memória discursiva de imigrantes alemães no Rio Grande do Sul. Jundiaí: Paco, 2014.

JUNKES, L. O mito e o rito: uma leitura de autores catarinenses. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1987.

KLUEGER, U. A. Verde vale. 12. ed. Blumenau: Hemisfério Sul, 2012.

MACHADO, I. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005. p.151-166.

POLLAK, M. Memória e identidade social. Tradução Monique Augras. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p.200-212, 1992.

RICOEUR, P. Tempo e narrativa. A intriga e a narrativa histórica. Tradução Cláudia Berliner. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

SACHET, C. Literatura catarinense: liberdade para ser autor. Travessia, Florianópolis, n. 25, p.167-181, 1992.

SEYFERTH, G. Imigrantes, estrangeiros: a trajetória de uma categoria incômoda no campo político. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 26, 2008, Porto Seguro. Anais... Porto Seguro: Universidade Federal da Bahia, 2008.

Publié-e

2022-08-11

Comment citer

Meister Arnold, V., Silbert, S., & Furlanetto, M. M. (2022). Dialogia e cronotopia no romance histórico Verde vale, de Urda Klueger . Bakhtiniana. Revista De Estudos Do Discurso, 17(3), Port. 129–155 / Eng. 142. https://doi.org/10.1590/2176-4573p55664

Numéro

Rubrique

Artigos