Mais apropriações e jagunçagens
Homero revisto por Rosa
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-4174.v1.2024e67125Palabras clave:
Grande sertão: veredas, Guimarães Rosa, Recepção clássica, HomeroResumen
Identificando um jogo intertextual traçável entre os poemas homéricos e o romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, pretendo indicar a riqueza interpretativa a ser explorada por uma leitura atenta aos diálogos e aos ecos evocados por essas possibilidades de intertextualidade, destacando a originalidade de certos deslocamentos e retomadas da tradição literária. Em termos rosianos, sugere-se a possibilidade de se entrever o princípio de adesão do mundo físico ao estado moral do homem em certas passagens dos poemas homéricos, por exemplo. Em que a pese a importância da tradição épica grega na composição de Grande Sertão: Veredas, nenhuma interpretação efetivamente atenta às especificidades dessa grande obra poderia exaurir sua multiplicidade a partir de um dos polos de seus diálogos intertextuais. Ao contrário do que propõem estudiosos importantes da fortuna crítica rosiana, cuja opinião considerarei na conclusão deste artigo, acredito que a dubiedade e a tensão características do romance de Rosa não sejam resolvidas com o encerramento da narrativa, mas se prolonguem para além de seu fim.
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