Reflexões sobre o bilinguismo na educação de surdos: um enfoque psicanalítico

Authors

DOI:

https://doi.org/10.23925/2318-7115.2019v40i3a6

Keywords:

Psicanálise, Surdez, Bilinguismo, Educação, Libras

Abstract

Este artigo apresenta uma discussão a respeito do bilinguismo, a partir da interlocução entre psicanálise, linguagem e educação. O bilinguismo propõe uma suspensão do modelo clínico historicamente presente na educação de surdos. Dessa forma, a surdez é considerada uma diferença, e não uma deficiência a ser reparada. Em uma perspectiva psicanalítica, considera-se o bilinguismo a partir da singularidade com que cada sujeito se relaciona com diferentes línguas. Discute-se um relato de experiência grupal, em um programa bilíngue de apoio escolar a crianças surdas, em que as possibilidades de encontro com o outro propiciam aberturas ao estrangeiro, assim como processos de identificação.

Metrics

Metrics Loading ...

Author Biographies

Laís Fernandes da Silva, UNICAMP

Psicóloga e Aprimoranda do Programa Desenvolvimento Infantil: Linguagem e Surdez, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (DDHR/FCM/UNICAMP)

Sofia Nery Lieber, PUC São Paulo

Psicóloga; Mestre em Fonoaudiologia pela PUC-SP e Doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP.

Janice Gonçalves Temoteo Marques, UNICAMP

Graduada em Letras; Mestre em Letras pela UFPB; Doutora em Psicologia Experimental da Linguagem pela USP e Docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas  (DDHR/FCM/UNICAMP)

Kelly Cristina Brandão da Silva, UNICAMP

Psicanalista; Doutora em Educação (FEUSP) e Docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas  (DDHR/FCM/UNICAMP)

References

BACKER, C. 2001. Foundations of Bilíngual Education and Bilíngualism. Great Btritain: Multilíngual Matters.

BLOOMFIELD, L. 1993. Language. New York: Holt, Rinehart and Winston.

BRASIL. 2002. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF.

CAPOVILLA, F. 2000. Filosofias educacionais em relação ao surdo: do oralismo à comunicação total ao Bilinguismo. Revista Brasileira de Educação Especial. São Paulo, v.6, n.1.

CARVALHO, J. M. 2000. O ideal de completude narcísica e o adolescente surdo: um estudo clínico. Tese de Mestrado. São Paulo: PUC.

DALCIN, G. Um estranho no ninho: um estudo psicanalítico sobre a constituição da subjetividade do sujeito surdo. In: QUADROS, R. M. (Org.). Estudos Surdos I. Petropolis, RJ: Arara Azul, 2006.

DIEBOLD, R. 1961. Incipient Bilinguism. In: Language, n. 37, p. 97-112.

FERNANDES, E.; RIOS, K. R. Educação com bilingüismo para crianças surdas. Intercâmbio, vol.VII, 1998 (13-21). In: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/artigos_edespecial/educacao_Bilinguismo.pdf Acesso em 19 de junho de 2019.

FERNANDES, E.; CORREIA, C. M. C. 2005. Bilingüismo e surdez: a evolução dos conceitos no domínio da linguagem. In: FERNANDES, E. (Org.). Surdez e Bilingüismo. Porto Alegre: Mediação.

FERNANDES, S.; MOREIRA, L. C. 2014. Políticas de educação bilíngue para surdos: o contexto brasileiro. Educar em Revista. (spe-2), 51-69 In: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010440602014000600005&script=sci_arttext. Acesso em 28 de abril de 2019.

FERRETO, A. J. 2009. O Bilinguismo do tradutor. Revista Alea: estudos neolatinos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2.

FREUD, S. 1905/1996. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. Jayme Salomão. v. VII. Rio de Janeiro: Imago. ____. 1914/1974. Sobre o narcisismo: uma introdução. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. Jayme Salomão. v. XIX, Rio de Janeiro: Imago.

____. 1919/1996. O estranho. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. Jayme Salomão. v. XVIII, Rio de Janeiro: Imago.

FRANCO, A. V. S. S. 2016. Ser ou não ser bilíngue: os posicionamentos subjetivos de uma professora de inglês diante do Outro. Revista letras & letras. Uberlândia, v. 32/33 - especial, n. 1.

LACERDA, C. B. F; MANTELATTO, S. A. C. 2000. As Diferentes Concepções de Linguagem na Prática Fonoaudiológica. In: LACERDA, C. B. F, NAKAMURA, E., LIMA, M. C. (Org.). Fonoaudiologia: Surdez e Abordagem Bilíngue. São Paulo: Plexus.

LACAN, J. 2008. O Seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

________. J. 2003. O Seminário, livro 9: a identificação. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

LAJONQUIÈRE, L. de. Duas notas psicanalíticas sobre as crianças “com necessidades educativas especiais”. Pro-posições. Campinas: UNICAMP, v.12, n. 2-3 (35-36), jul.-nov., p. 47-59, 2001

LIEBER, S. N; FREIRE, R.M.A.C. 2019. O processo de constituição subjetiva de uma criança surda: relato de caso. Revista Cefac, v. 21, n.2, p. 1-12.

MCCLEARY, E. L. 2006. Bilinguismo para surdos: brega ou chique? In: Surdez: família, linguagem, educação. Rio de Janeiro: INES, 2006. Disponível em: http://www.researchgate.net/publication/322591685, acesso em 28 de abril de 2019.

MELMAN, C. 1992. Imigrantes: incidências subjetivas das mudanças de língua e país. Trad. Rosane Pereira. Org. e revisão técnica: Contardo Calligaris. São Paulo: Escuta.

MRECH, L. M.; RAHME, M. 2009. A roda de conversa e a assembléia de crianças: a palavra líquida e a escola de educação infantil. Educ. Rev., Belo Horizonte, v. 25, n. 1, p. 293-310. Disponível em: http://goo.gl/T3MBmG, acesso em 28 de abril de 2019.

MOURA, M. C. 2000. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: Revinter/FAPESP.

QUADROS, R. M. 2005. O “BI” em Bilinguismo na educação de surdos. In: FERNANDES, E. (Org.). Surdez e Bilingüismo. Porto Alegre: Mediação.

SILVA, K. C. B. da. 2016. Educação Inclusiva: para todos ou para cada um? Alguns paradoxos (in)convenientes. São Paulo: Editora Escuta/FAPESP.

SILVA, D. R.; Herzberg, E. 2016. Parentalidade e constituição da imagem corporal: implicações para a criança com deficiência física. Rev. Boletim de Psicol., v. 67, n. 145, São Paulo, p. 135-146.

SKLIAR, C. (Org.). 1998. Os Estudos em Educação: problematizando a normalidade. In: SKLIAR, Carlos. Um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação.

STARNINO, A. 2016. Sobre identidade e identificação em Psicanálise: um estudo a partir do seminário IX de Jacques Lacan. Rev. Dois pontos, v. 13, n. 3, Curitiba, São Carlos, p. 231-249.

STOKOE, S. 1960. Sign Language Structure: an outline of the visual communication systems of the american deaf. Studies in Linguistics, n. 8, university of Buffalo.

STITOU, R. 2016. Provas do intraduzível de uma língua para outra. Trad. Yvone S. S. Greis. Rev. Ágora, vol 19, n. 3. Rio de Janeiro, p. 369-376.

Published

2019-12-12

How to Cite

Silva, L. F. da, Lieber, S. N., Marques, J. G. T., & Silva, K. C. B. da. (2019). Reflexões sobre o bilinguismo na educação de surdos: um enfoque psicanalítico. The ESPecialist, 40(3). https://doi.org/10.23925/2318-7115.2019v40i3a6

Issue

Section

Papers