Notas para um poética alquímica do corpo
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2021i26p78-93Palavras-chave:
Alquimia, Literatura comparada, Estudos do simbólicoResumo
Este artigo pretende reflectir o corpo, a partir de uma perspectiva alquímica, interpretando este como um receptáculo de símbolos herméticos. A linguagem metafórica da alquimia explora as transmutações ocorridas no corpo e no espírito, bem como a correspondência entre micro e macrocosmo, corpo e mundo. A partir da história, da alquimia, da sua interpretação, e da literatura, apresento o processo alquímico como um processo interior, experienciado no próprio corpo humano, entre vivências eróticas e místicas. Em última análise, é tudo uma questão de potencialidades simbólicas do corpo, concluindo que a expansão da consciência, almejada pela alquimia, reconstrói um corpo hermafrodita e primordial, símbolo de toda a criação e simbolizado não só pela pedra filosofal, mas também pelo ouroboros e por Cristo, todos eles aspectos de uma prima materia em devir.